domingo, 13 de maio de 2007

O que eu queria que dissessem...

"Foi uma menina levada, vivia correndo, suada, com arranhões e pequenos traumas nas pernas. Adorava barbies, bicicletas, piscina, banho de chuva, Xuxa, bica da igreja, chicletes, brigar com a irmã mais nova e as amiguinhas do prédio.
Foi uma jovem ousada, rebelou-se cedo, farreou desde muito nova, sempre foi popular na escola, sempre foi a aglutinadora das turmas, fez umas lista de amig@s que guardou do lado esquerdo do peito e todos têm alguma história pra contar dela. Na faculdade, conheceu a liberdade, em todas as suas cores, em todos os seus tons. Foi a época em que mais se descobriu e em que mais vivenciou a diversidade. Entrou socialista e saiu capitalista, como todos.
Foi sempre muito feliz. Levou consigo a felicidade e a alegria de viver pra idade adulta. Mesmo quando os dias eram nublados, mesmo quando a vida dava uma reviravolta, mesmo quando o bolso parecia furado, mesmo sem fé nenhuma, ainda assim, ela tinha dentro de si a força que a fazia prosseguir.
A maternidade mudou sua vida e passou a então para um patamar além. Tornou-se mais tudo, mais amiga, mais humana, mais caridosa, mais solidária, mais fraterna, mais família, mais carinhosa, mais carente, mais atenciosa, mais trabalhadora, mais responsável, mais... Tornou-se mãe.
Amou muito e casou com o homem da sua vida. Aquele com quem ela sempre soube que se casaria. Aquele que foi capaz de mudar sua vida duas vezes. O único capaz de entender e aceitar todas as manias e defeitos dela.
Nasceu, brincou, cresceu, dançou, viveu e amou como só ela poderia fazer."

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Sobre o que interessa

Nem mesmo o tempo, que tem passado rápido demais nestes dias modernos. Nem mesmo a distância, que tem sido curta demais. Nem mesmo a ausência em datas importantes ou desimportantes. Nem mesmo a saudade que surge sorrateiramente em qualquer hora do dia, remexendo em tudo que está arquivado nas gavetas da memória, exibindo o quanto foi bom, o quanto foi incrível e único. Nem mesmo o arquivo da memória, que fica empoeirado, cheio de teias de aranha, com uma porta emperrada ou com um trinco enguiçado. Nada disso é capaz de destruir o que foi tão solidamente construído em anos de bem querer.

Não, meu filho, não é tão simples assim! Não é qualquer brisa de novo rumo que arranca o que já é raiz profunda! Não é qualquer chuva de verão que destrói o trabalho de uma estação inteira! Não é qualquer novidade imperdível que faz a gente esquecer o brinquedo preferido. Não é mesmo!!!

Há sempre, na vida de cada um de nós, coisas intangíveis, para além da nossa compreensão, para além da vã filosofia humana, que servem exatamente para nos fazer crer que existem também pessoas que entram em nossas vidas para sempre. Pode ser porque vocês conseguem se entender simplesmente com um olhar. Pode ser porque, por mais que passem anos sem se falar, a conversa é sempre retomada do ponto onde parou e é sempre a mesma alegria. Pode ser porque há um olho no olho que faz a gente vibrar. Pode ser porque há uma admiração imensurável por tantas qualidades geniais percebidas no outro. Pode ser porque haja uma empatia inata e instantânea. Pode ser por tudo isso e por tantas outras coisas. O fato é que a pessoa é.

É, não está. Estar é momentâneo, passageiro, temporário, efêmero. Ser, não. Ser é permanente, atemporal. O estar só quer ser o ser, mas não é. E eu tenho orgulho de ter tantas pessoas que são em minha vida.

Por isso, nem precisava dizer, porque coisas assim são irremediavelmente recíprocas, mas eu digo: estou aqui, neste perto-longe, torcendo por você, querendo muito seu bem, e desejando tudo que há de melhor neste mundo de deus me acuda. Pode contar comigo sempre (para tudo e para nada, para quando precisar de um papo cabeça ou para discutir apenas leviandades do dia-a-dia). Eu sei que você sabe (porque eu também sei), não é essa curva no caminho que vai nos desviar do rumo do lugar que a gente quer chegar. E seja lá onde for esse ponto final da estrada, eu sei que olharei para o lado e verei você!