sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Para terminar, CFA, porque eu me vejo em absolutamente tudo que ele diz:

"Porque ver é permitido, mas sentir já é perigoso. Sentir aos poucos vai exigindo uma série de coisas outras, até o momento em que não se pode mais prescindir do que foi simples constatação" (Os cavalos brancos Napoleão)

"No momento em que a gente vê uma coisa ela se torna irreversível inconfundível porque há um momento do irremediável como existem os momentos anteriores de passar adiante tentando arrancar o espinho da carne há o momento em que o irremediável se torna tangível eu sei disso" (A quem interessar possa)

"Eu tinha qualquer coisa assim como andar de costas, quando todos andam de frente. Qualquer coisa como gritar, quando todos calam. Qualquer coisa que ofendia os outros, que não era a mesma deles e fazia com que me olhassem vermelhos, os dentes rasgandos as coisas, eu doía neles como se fosse ácido, espinho, caco de vidro" (O mar mais longe que eu vejo)

"Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe. Mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo" (O mar mais longe que eu vejo)

"AS MINHAS VERDADES ME BASTAM, MESMO SENDO MENTIRAS" (Itinerário)

Se joga!

Eu tenho essa mania incurável de me jogar em tudo que faço! Sou daquele tipo que se joga mesmo, sabe? Daquela que sofre até a última lágrima de sangue antes de acabar um relacionamento, que vai até as últimas consequências quando o assunto é amor (ou quando é algo que eu quero muito).

A gente simplesmente não escolhe ser assim. Ou é ou não é. Não dá pra ser diferente. Agregada a esta característica vem a impulsividade. Outra marca minha. Eu ajo, falo, compro, tudo por impulso. Às vezes, me arrependo. Às vezes, nem. Mas é sempre melhor se arrepender por ter feito que morrer engasgado com aquilo lá dentro. Eu faço e vá pra pqp! Cá pra nós, na maioria das vezes, dá certo. E, se deu errado, já foi.

Aí, eu pensando aqui com meus botões, a maior parte das coisas que aconteceram na minha vida não foram escolhas minhas, elas me foram apresentadas na base do "te vira". E eu me virei. É claro que na hora que elas surgem, nós, seres com livre arbítrio, sempre temos a escolha de ficar com elas ou dispensá-las. Eu fiquei e me virei.
Já disse não sei quantas vezes que a vida aqui mudou (por fora e por dentro). Por fora, é óbvio: um filho, uma casa, um marido, contas e muitas preocupações. Mas por dentro, não tão óbvio assim, eu vejo uma menina que virou adulta de uma hora pra outra e que tem dado conta da lição de casa.

Não foi fácil. Tive meus momentos histéricos, neuróticos, desesperadores... Mas cheguei aqui sã e salva. Para quem botou olho gordo, torceu contra, torceu o nariz, ou deu as costas: o casamento vingou e novas criancinhas devem surgir ano que vem; o Matheus tá cada dia mais lindo e mais sapeca e até uma promoção eu consegui neste 2007 (logo depois do período de licença-maternidade). Bom, né?

Acho que alguém lá em cima apontou o dedo pra mim e disse: "Vais ser feliz, menina!" e eu, obediente como sou, O-BE-DE-CI. Até porque um poeta já disse "é melhor ser alegre que ser triste. Alegria é a melhor coisa que existe..."
Eu leio blogs todos os dias. Bloga de gente que eu conheço e de gente que eu nunca vi nada vida, mas que me divertem com seu cotidiano. Descobri no meio internético que ainda tenho leitores. Pessoas que me conhecem e estranham que me linkam e me comentam por aí, cyberespaço a fora. Fico emocionada com as demonstrações de carinho e por isso VOLTO. O bom filho à casa torna. Cá estou.


Roberto Carlos - O Portão
Eu cheguei em frente ao portão,
meu cachorro me sorriu latindo
Minhas malas coloquei no chão,
eu voltei.
Tudo estava igual como era antes,
quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei,
e voltei ...
Eu voltei,
agora pra ficar,
porque aqui,
aqui é o meu lugar.
Eu voltei pras coisas que eu deixei,
eu voltei ...
Fui abrindo a porta devagar,
mas deixei a luz entrar primeiro
Todo meu passado iluminei,
e entrei ...
Meu retrato ainda na parede,
meio amarelado pelo tempo
Como a perguntar por onde andei
e eu falei ...
Onde andei não deu para ficar,
porque aqui,
aqui é o meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei,
eu voltei ....
Sem saber depois de tanto tempo
se havia alguém à minha espera
Passos indecisos caminhei
e parei
Quando vi que dois braços abertos,
me abraçaram como antigamente
Tanto quis dizer e não falei
e chorei ....
Eu voltei,
agora pra ficar
porque aqui,
aqui é o meu lugar