domingo, 25 de fevereiro de 2007

Eu escolhi ter um filho


"A gente passa a entender melhor a vida
quando encontra o verdadeiro amor.
Cada escolha, uma renúncia.
Isso é a vida...
Estou lutando pra me recompor.
De qualquer jeito o seu sorriso vai ser meu raio de sol.
O melhor presente Deus me deu.
A vida me ensinou a lutar pelo que é meu."
Cada escolha, uma renúncia. Renunciei à vida de moça solteira casadoira; às festas todos os fins de semana; ao consumo de álcool e outras drogas permitidas; à irresponsabilidade-responsável que os vinte e poucos anos nos permite; a viagens e passeios; a estudos no exterior; à casa da mamãe (isso inclui comidinha de mamãe e roupa lavada); à possibilidade de optar entre estudar-e-trabalhar ou apenas estudar; à vida leve e descompremetida... E renuncio ainda.
Eu escolhi ter um filho. Escolhi ouvir risadinhas quando dou beijos na barriga; ver um sorriso surgir quando abro a porta de casa ao chegar do trabalho; sentir uma pessoa se alimentado em/de você; sentir um amor imensurável e ser correspondida; ver uma pessoa se formando e totalmente inspirada em você; ver alguém imitar seus trejeitos e achar a coisa mais linda no mundo; escolhi me ver em olhos que não são meus; escolhi viver o amor mais profundo que existe; escolhi ser o que não pensei ser capaz; escolhi sonhar-torcer-vibrar com o futuro e as conquistas de outrem; escolhi ser capaz de abrir mão das minhas prioridades pelo conforto de outrem; escolhi ser melhor, ser maior, ser mais. Escolhi ser mãe.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Sobre o tempo

A gente tá cansado de saber que o tempo é o pai de todas as curas. Só ele é remédio pra todas as feridas, as do corpo e as da alma. Só ele apaga todas as mágoas e todas as más recordações. É único responsável pelo apagão nos destroços de uma história de amor, e, por conta disso, também é responsável pela nossa sobrevivência a estas devastações românticas.
Só o tempo mesmo é capaz de soprar as folhas da nossa vida e fazer com que aqueçamos o coração com lembranças doces, amigos queridos, infâncias remotas, tempos idos de colégio e de faculdade... Só o tempo mesmo é senhor do nosso destino e faz com que, através da segurança que a distância temporal nos dá, possamos refletir com mais acuidade sobre comportamentos e atitudes tomados por impulso, sobre nossos pequenos "regrets" (quem não os tem???).
Depois de decorrido, ele pára e encara a gente. Ri das bobagens que pensamos, quando da nossa ansiedade para que ele passasse mais rápido. Ri do quanto nos descabelamos achando que não fosse dar certo e deu; do quanto choramos achando que não fosse passar e passou; do quanto torcemos pra que ele corresse depressa e depois nos arrependemos por não termos podido aproveitar tudo direito e com detalhes.
É, o tempo é um senhor de barbas brancas e com aquela extrema experiência senil. Ri muito e sempre dos nossos impulsos cotidianos, dos nossos egoísmos corriqueiros, das nossas desesperanças, dos nossos pessimismos traiçoeiros (estes, sim, capazes de nos derrubar). Ele gosta por demais dos insistentes, dos persistentes, dos teimosos, dos decididos, dos determinados e os agracia constantemente com presentes mais que esperados, conquistados.
O tempo tem aquele quê de "eu já passei por isso" e me dá lições todos os dias . Hoje mesmo ele me acordou cedinho dizendo que nunca é tarde para perceber que ele corre sempre do mesmo jeito, não adianta antecipar o final porque ele vai chegar de qualquer jeito, não adianta apertar o botão ffw... Mais importante de tudo é aproveitar os verbos enquanto estão sendo conjugados no gerúndio, porque como dizia o poeta, o passado já se foi e o futuro é por demais incerto.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

My best friend's wedding



Tenho uma verdadeira adoração pelo filme "O casamento do meu melhor amigo". Certamente, é um dos meus favoritos. Não só por causa da trilha sonora, que, note-se, é "felomenal". É bem mais porque há uma impatia inata com a série de comportamentos traçados. São todos comuns e plenamente HUMANOS.
O ciúme desvairado da Julia Roberts, totalmente crível e factível, que faz ela entrar numa guerra sem um pingo de ética contra a noiva "perfeita", que canta mal, é uma amélia, mas é completamente alucinada pelo tal do melhor amigo é o cerne do filme. A série de atitudes "sem noção" que ela (a amiga) toma, tentando a todo custo minar a relação dos noivos, fazer com que eles briguem ou que, no mínimo, ele perceba como e quanto combina com ela é tão real que eu chego a pensar que eu faria o mesmo. Ela fez com que a noiva forçasse o noivo a trabalhar na empresa do pai dela (da noiva), sabendo que ele detestaria a proposta; forjou um email supostamente escrito pelo pai da noiva pedindo que o chefe do noivo o demitisse; se declarou de maneira clara e direta, com um beijo apaixonado no DIA DO CASAMENTO e na frente da noiva... Uma série de atitudes que culminam com a percepção de que é sem solução.
Sim, ele amou esta amiga por anos. Sim, eles combinaram que se casariam caso não casassem. Sim, eles são super parecidos, têm muito em comum, viveram inúmeras histórias incríveis juntos, conhecem um ao outro tanto quanto conhecem a si mesmos, têm uma história de vida linda juntos, se adoram, mas... É só isso. Em muitos momentos, a gente torce pra que eles terminem juntos, mas no fundo, no fundo, a gente sabe que ele deve ficar com a Kim, porque ela é a mulher de que ele precisa. Só ela abriria mão de sua carreira, de sua vida, de sua família, de sua história pra viver a vida dele, segui-lo em seus projetos profissionais, abdicando de seus próprios anseios. Só ela. Para Jully (a amiga), isto seria um sacrifício por demais pesaroso. Para Kim, a vida não tem sentido sem ele. Para Jully, a vida tem tantas possibilidades...
E tem mais. Jully e seu best friend with benefits tiveram nove anos de história e, nesse tempo, ela viveu com medo de se entregar, de precisar dele, de não conseguir mais viver sem, viveu de quase... Perdeu, amiga! Seu tempo passou! Sim, no final, ela acaba sendo mesmo a madrinha do casamento dos dois e dedicando a linda canção da história de amor que viveu com o melhor amigo aos noivos, ei-la:
"Someday
when I'm awfully low
when the world is cold
I will feel a glow
just thinking of you
and the way you look tonight
But you're lovely
with your smile so warm
and your cheeks so soft
there's nothing for me
but to love you
just the way you look tonight
With each word
your tenderness grows
tearing my fear apart
And that laugh
that wrinckles your nose
touches my foolish heart
Lovely,
never never change
keep that breathless charm
Won't you please arrange it
cause I love you
Just the way you look tonight"