"Foi uma menina levada, vivia correndo, suada, com arranhões e pequenos traumas nas pernas. Adorava barbies, bicicletas, piscina, banho de chuva, Xuxa, bica da igreja, chicletes, brigar com a irmã mais nova e as amiguinhas do prédio.
Foi uma jovem ousada, rebelou-se cedo, farreou desde muito nova, sempre foi popular na escola, sempre foi a aglutinadora das turmas, fez umas lista de amig@s que guardou do lado esquerdo do peito e todos têm alguma história pra contar dela. Na faculdade, conheceu a liberdade, em todas as suas cores, em todos os seus tons. Foi a época em que mais se descobriu e em que mais vivenciou a diversidade. Entrou socialista e saiu capitalista, como todos.
Foi sempre muito feliz. Levou consigo a felicidade e a alegria de viver pra idade adulta. Mesmo quando os dias eram nublados, mesmo quando a vida dava uma reviravolta, mesmo quando o bolso parecia furado, mesmo sem fé nenhuma, ainda assim, ela tinha dentro de si a força que a fazia prosseguir.
A maternidade mudou sua vida e passou a então para um patamar além. Tornou-se mais tudo, mais amiga, mais humana, mais caridosa, mais solidária, mais fraterna, mais família, mais carinhosa, mais carente, mais atenciosa, mais trabalhadora, mais responsável, mais... Tornou-se mãe.
Amou muito e casou com o homem da sua vida. Aquele com quem ela sempre soube que se casaria. Aquele que foi capaz de mudar sua vida duas vezes. O único capaz de entender e aceitar todas as manias e defeitos dela.
Nasceu, brincou, cresceu, dançou, viveu e amou como só ela poderia fazer."