Enviado em 12/12/2009
De: SM Para: MA
Eu costumava ser o tipo de pessoa que acredita. Mas eu não sou mais. Eu não sei se isso é bom ou ruim e eu realmente não me importo. Eu não tive escolhas. Eu costumava acreditar em tudo. Contos de fadas, estrelas cadentes, desejos que a gente faz quando sopra as velas de um bolo de aniversário. Eu até acreditava no amor. Aquele amor que a gente vê nos filmes, cheio de promessas e sonhos, que nos faz suspirar. Mas agora, 27 anos e dois casamentos depois, eu simplesmente não acredito mais. Eu não acredito que ele exista. O que eu acredito é em pessoas que ficam juntas, apesar de tudo, por outras razões, mas não por amor. Elas ficam juntas pelas famílias, pelos filhos, por motivos financeiros, porque eles se sentem confortáveis com a vida que tem. Sem muitas aventuras, mas pelo menos, estabilidade. O que é triste é que eu não consigo ser feliz com isso. Eu quis tanto encontrar esse tipo de amor, esse tipo de magia e encanto que nada mais que vier se encaixa no papel. Todas as coisas meio-termo simplesmente me fazem sentir ainda mais sozinha, vazia, infeliz e frustrada. Eu desisti de muita coisa na vida indo atrás desse sonho, de um amor pra outro, e de novo e de novo, porque eu achava que, quando eu encontrasse esse maravilhoso amor verdadeiro, todas as outras coisas seriam perfeitas. Mesmo que não fossem. Elas simplesmente seriam o suficiente, porque eu teria a pessoa especial do meu lado e nada mais importaria. E agora que eu descobri que o que eu procurei a vida toda simplesmente não existe, como continuar a vida? Como seguir em frente sabendo que amor daqueles que de tão fortes fazem doer o peito tem curta data de validade e uma vez que ele acaba, morre pra sempre? E assim segue a vida. Sem respostas. Mas um dia de cada vez, cada um com a sua dor.
Enviado em 15/12/2009
De: MA Para: SM
Só agora tive tempo de escrever com calma. Só agora consigo organizar as ideias, desembaçar a vista. Quisera eu, minha amiga, ter uma resposta pronta pra te dar, um remédio para essa dor, um antídoto contra esse veneno. Mas não tenho e sofro a mesma dor que você. Porém, eu não dexei de acreditar no amor, não deixei de acreditar na força que esse sentimento tem, não deixei de acreditar que ele é capaz de nos fazer ir além, ir mais longe quando a gente tem certeza de que não suporta mais nem um passo. Concordo com você quando diz que foi empurrando a vida, pulando de um para outro em busca dO Amor. Todavia, eu acho que suas buscas não foram motivadas pelos seus desejos, mas induzidas por motivos circunstanciais, sem tempo de se adaptar às mudanças, sem tempo de pensar se era verdadeiro ou não. Com os olhos ainda marejados, você avistava um oásis no deserto e saia freneticamente em busca de alcançá-lo. Ao chegar nele, via que era apenas um coqueiro e desatava a chorar. Com os olhos novamente embaçados pelo pranto, avistava outro oásis e repetia tudo num círculo vicioso, do qual você não consegue se livrar. Foram as circunstâncias e a sua necessidade desesperada de encontrá-lo pra já que a impediram de encontrar, minha amiga. Acredite: ele existe. Em algum lugar, ele existe. E eu tenho certeza que é só uma questão de olhar para o lugar certo, manter a cabeça reta, a espinha ereta e o pulmão a respirar para você encontrar.
2 comentários:
Pudera eu ter esse tal alívio...mas tenho a esperança de encontrar essa tão sonhada felicidade no amor!
Beijos, querida! (posso te chamar de querida?)
Tudo de melhor nessa vida...
Claro que pode!!!
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