Saldo da Terapia

Depois de algumas sessões na terapia, eu descubro que o que eu mais quero é seguir em frente. Não, eu não quero fingir que não aconteceu, eu não quero esquecer nem apagar da minha história. Aconteceu, sim, essa tragédia na minha vida. Deixou tudo de pernas para o ar. Deixou uma sensação de que era o fim do mundo, de que era, como eu disse, meu september eleven pessoal, de que eu não conseguiria sobreviver. Deixou uma dor enorme; um aperto no peito; uma taquicardia todo dia às 9 da manhã; uma sombra no meu olhar... Mas agora que a poeira assentou, eu quero as cenas dos próximos capítulos. Eu quero ir em frente, eu quero partir para cima da vida que me resta.

Não vou ficar estagnada nesse momento de dor. Não vou cultuar a fatalidade em comunidades dedicadas a lembrar, a repetir, a homenagear. Não quero uma multidão de gente com pena de mim numa comunidade dedicada a torcer para que eu supere (eu quero esse apoio na vida real). Não vou manter as coisas dele em seus devidos lugares, seu lugar à mesa, seus sapatos no armário, seu perfil no orkut, nossas fotos nos ambientes virtuais, meu estado civil... Isso me causa dor e sofrimento e eu preciso ir além. Eu preciso caminhar para o depois disso.

A terapeuta me perguntou que conotação eu faria do Thiago na minha vida. E eu respondi que eu sempre vou lembrar do meu melhor namorado, do melhor pai do mundo, do cara absurdamente querido... Isso SEMPRE! Mas que eu não quero que ele seja parâmetro para os próximos pares que encontrarei na minha vida. As características dele não serão um check list de atributos que procurarei.Três meses de sofrimento e dor foram suficientes para eu perceber que é chegada a hora de seguir, de sair do poço para a luz e de recomeçar a viver para além da fatalidade.

Eu já disse aqui que se eu quisesse chorar todos os dias, a cada amanhecer eu encontraria 429 motivos para. Se eu quisesse lembrar todos os dias, eu teria nove anos de histórias para contar. Se eu quisesse sofrer todos os dias, eu teria muito pano para manga. Mas eu não quero. Eu quero SUPERAR. Eu quero VIVER. E eu estou escolhendo isso a cada manhã.

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Estaremos embarcando para o RJ, eu e Matheus, logo mais. Além da possibilidade de visitar a cidade maravilhosa levando à tiracolo meu pequeno falante grandão, além de visitar muitas pessoas queridas, além de encontrar gente que nos quer bem, além de me deliciar com a paisagem, ainda ganhei o bônus de fugir das comemorações do Dia das Mães da escolinha dos pequenos.

Pode parecer meio sem sentido, mas vejam as coisas pelo meu ângulo: serão famílias inteiras a fotografar e vibrar com as apresentações artísticas das crianças e eu lá, partida ao meio, sem a outra metade, fingindo ser feliz. Melhor não. Nada de eventos familiares na escolinha esse ano. Nada de Dia das Mães, Dia dos Pais, festas de encerramento. Nada!

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POR DIA 63.912 COMPUTADORES SÃO INFECTADOS POR VÍRUS. LEIA DICAS DE SEGURANÇA.