segunda-feira, 25 de abril de 2011
Vezenquando
Eu não sei explicar bem o porquê. Sei apenas que, vezenquando, as coisas dentro de mim embolam e caem numa espiral descendente, e tocam o fundo do poço, o escuro mais escuro de dentro de mim. Sei que, quando isso acontece, eu tenho vontade de ficar sozinha, deitada, quietinha, emboladinha na minha cama, com meus travesseiros, para chorar alto, para engasgar com a dor, para me entregar ao sentimento que explode dentro de mim. Eu não sei o que causa essa tormenta, eu nem sei direito como ela começa. Ela vem de mansinho e vai cavando fundo, como se mostrasse e abrisse e tocasse o que ainda não cicatrizou, como se me alertasse para ter cuidado com o que eu desejo, com o que eu (pa)quero, porque eu preciso saber que ainda há uma ferida aberta ali, sangrando e doendo. Vem assim, sorrateiramente, para me mostrar que ainda não, que ainda é cedo, que eu não estou tão inteira e plena quanto penso. E aí, o que me resta é acreditar no que eu sinto e respeitar o momento. Eu me entrego àquela dor que me consome, eu me perco nos meus poços internos, eu me deito na lama das minhas lágrimas e espero que passe. E passa. Isso também passa.
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2 comentários:
Cele,
Só passei para mandar um beijo enorme!
Lu.
Amore:
Sabe que eu comecei a ler o seu blog JUSTAMENTE por causa dessa palavra "vezenquando". Eu a li, escrita assim, tudo junto, e pensei: "- alguém, por favor, explica pra essa menina que não é assim que se escreve 'de vez em quando'???"
E continuei lendo... e continuei encontrando 'vezenquando' por aqui e por ali. E até achava que ficava mais bonito assim... que encaixava na frase... que tornava poético...
Sabia que um dia eu ainda encontraria um post com esse nome! Era só ser persistente e passar por aqui 'vezenquando'. E ele chegou!
Bjos e bençãos.
Mirys
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