Foi um piscar de olhos. A gente cresce rápido demais, a gente entra neste rojão que é a vida adulta sem se dar conta e, pluft, estamos aqui, recebendo parabéns pelo dia das mães, com um menino correndo ao redor e outro na barriga, às vésperas de completar 26 anos, feliz no superlativo máximo possível.
Lembro que me diziam, aos 15, que após essa idade a vida corria demais. Esqueceram, porém, de explicar o porquê. A fase do “esquema escola-cinema-clube-televisão” chega ao fim, honey, e a gente passa a se preocupar com que vai ser quando crescer, com o vestibular, depois, com estágio, com farra e namorados, depois com emprego e vêm o casamento e os filhos e preocupações de contas, boletos, impostos, empregada, prestações, escola... Foi mesmo um piscar de olhos!
Parece que foi ontem que eu sentei no batente embaixo da pia da cozinha e fiquei conversando com minha mãe sobre coisas que uma menina de 5 anos reflete sobre o mundo. Parece que foi ontem que fiquei de mal da vizinha porque ela queria que a boneca dela usasse as roupas da minha Barbie. Parece que foi ontem aquela estada no estrangeiro e aquela mala cheia de ursos de pelúcia que fazem hoje a alegria do Matheus. Parece que foi ontem que me inscrevi no concorrido vestibular de uma universidade pública e trêmula, sem comer nada o dia todo, na iminência de desmaiar por hipoglicemia, às 5 da tarde, vi meu nome na lista de aprovados. Parece que foi ontem aquele show naquela praia. Parece que foi ontem...
E o tempo passa sem que a gente se dê conta. Os ponteiros dão voltas inesgotáveis no relógio e a vida da gente vai sendo construída como resposta às atitudes que tomamos. Hoje, vejo ao meu redor um mundo tão sonhado que, às vezes, no alto da minha ignorância ou descrença ou carência ou insegurança, me pergunto se é real, me pergunto se o mereço, me pergunto se é pra mim... Às vezes, fecho os olhos e, sem fé, sem crer, agradeço a qualquer coisa por me deixar ser feliz. Agradeço aos invejosos, aos despeitados, aos fofoqueiros que, bem ou mal, falam de mim. Mas, principalmente, agradeço às pessoas que nos querem bem (NOS, porque depois que nos tornamos uma família nada mais é singular) e comungam e compartilham essa alegria conosco diuturnamente.
Pois bem. Dizem que o período que antecede o natalício é o nosso inferno astral. Pois eu digo: se o inferno astral é assim, imaginem o paraíso!!!
Um comentário:
Ai amiga, vc sempre me matando de orgulho, não só das palavras, mas da sua felicidade. Também não tem como não ser. Vc faz parte de uma famíia linda q eu sou muito feliz de poder ser amiga e estar presente no crescimento dela. Beijo!
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