É preciso muito amor e uma força de vontade sobrehumana para perdoar e entender atitudes que lhe parecem, antes de tudo, incompreensíveis e, acima de tudo, imperdoáveis.
É preciso muito amor e desprendimento para se despojar de (pre)conceitos completamente arraigados e acreditar que é verdade o que lhe é dito repetidamente, mesmo que isto, à primeira, à segunda e à terceira vista, lhe pareça non sense.
É preciso muito amor e otimismo para apagar da memória e expulsar da história de vida o mal que foi feito e perceber que a estrada vai além do que se vê.
É preciso muito amor e carinho para estancar o sangue das feridas, conter os arrebatamentos de dor, superar as recaídas por falta de convicção ou de confiança e seguir adiante.
É preciso muito amor e altruísmo para, ante tudo que foi posto, conseguir abstração suficiente para olhar em volta e crer que o que se constrói a dois é bem maior, mais importante, mais consistente que as pedras do caminho.
É preciso muito amor e atitude para seguir em frente quando a vida joga a gente no fundo do poço, aponta o dedo na cara e questiona que tipo de pessoa se é: a que se afoga nas próprias lágrimas ou a que levanta sacode a poeira e dá a volta por cima.
"Moça, olha só o que eu te escrevi:
É preciso força
pra sonhar e perceber
que a estrada vai além do que se vê.
Sei que a tua solidão me dói
e que é difícil ser feliz
mais do que somos todos nós.
Você supõe o céu.
Sei que o vento que entortou a flor
passou também por nosso lar
e foi você quem desviou
com golpes de pincel."
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