Quando eu frequentava as baladas de Fortaleza e vinham aqueles caras muito chatos perguntando meu nome e cheirando meu cabelo, eu sempre, sempre respondia "camila".
camila é meu alter-ego (nem sei se isso existe mesmo), mas ela é uma pessoa que vive dentro de mim. Talvez porque eu seja geminiana, assim devem conviver duas pessoas no mesmo corpo. Pois convivemos no mesmo corpo: camila e eu.
camila é impulsiva, desbocada, mal-educada. camila dá cotocos no trânsito; baixa o vidro e manda o motorista tartaruga comprar uma carroça pra puxar o carro; buzina feito louca, na porta de hospitais, inclusive. Cola nas traseiras e buzina 2 segundos depois que o sinal fica verde. Ela odeia de morte os guardinhas de trânsito e sempre que vê um, tem ganas de jogar o carro por cima. Ela detesta o pequeno poder!
camila manda para Puta-Que-Pariu quando alguém liga insistentemente perguntando se é da casa da Josefa e, se alguém vem oferecer algo que ela não pediu, ela diz: "compre pra você mesmo!".
camila não tem paciência com gente burra e vai logo mandando a pessoa comer capim e nem adianta chamá-la de estúpida, que ela não ouve o que dizem dela. camila não sabe o nome das pessoas importantes e detesta as que são metidas a. Se alguém pergunta: "você sabe com quem está falando?" ela responde: "não sei nem quero saber!".
camila come feito um pedreiro e me engorda muitos quilos por mês. camila detesta exercícios físicos, diz que isso é coisa de gente fútil e me manda asistir aos seriados em vez de levantar peso. camila detesta salada, grelhados, diets e lights e adora comer maionese, pão, pizza, massas...
camila gasta muito mais que ganha e estoura o limte do meu cartão. O cérebro dela processa a palavra "LIQUIDAÇÃO" como se "PEGUE O QUE QUISER SEM PAGAR" fosse. ela adora gastar dinheiro com coisas inúteis e tem gosto duvidoso em alguns casos e em outros, tende aos estrambólico
camila nao tem controle nenhum sobre as palavras. Ela diz o que pensa e pronto, acabou. camila não saber ser gentil, educada, cortês com seu ninguém. camila solta farpas, atira pedras e grita pra quem quiser ouvir e pra quem não quiser também.
Um dia eu expulso ela de dentro de mim!
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Epitáfio
Devia ter dito às pessoas queridas o quanto elas são queridas.
Devia ter ligado todas as vezes em que prometi "a gente se fala".
Devia ter passado mais tempo na companhia dos meus irmãos.
Devia ter acordado mais cedo e saído para caminhar nas manhãs.
Devia ter preservado mais amizades que preservei.
Devia não ter esquecido nunca os aniversários dos meus amigos.
Devia ter passado mais tempo brincando com meus pequenos.
Devia ter feito muito mais amor.
Devia ter viajado para os lugares que sonhei a vida inteira.
Devia ter saído mais à noite.
Devia ter feito mais amigos em mesas de bar.
Devia ter dito o que deveria ter sido dito naquelas horas.
Devia ter engolido menos e menores sapos.
Devia ter lido todos os livros que me programei para ler.
Devia ter trabalhado menos.
Devia ter aprendido a juntar dinheiro para as imprevisões.
Devia ter aprendido a gostar de e conhecer vinhos.
Devia ter me importado mais com quem se importa.
Devia ter feito mais caligrafia.
Devia ter passado mais dias inteiros na praia.
Devia ter andado mais com os vidros do carro abertos.
Devia ter assistidos a todos os filmes que pensei em assistir.
Devia ter tentado mais e me dedicado mais.
Devia ter aprendido a não desistir na primeira dificuldade.
Devia ter aprendido a ficar calada quando minha opinião era totalmente dispensável.
Devia ter aprendido a ser reservada, discreta, pudica.
Devia ter guardado todos os segredos revelados.
Devia ter mandado muito mais gente à merda.
Devia ter perdido muito mais vezes as estribeiras.
Devia ter jogado sujo quando o jogo assim exigia.
Devia ter sido mais delicada com quem merecia.
Devia ter aprendido a viver com humildade e recatamento.
Devia ter aproveitado melhor as aulas da faculdade.
Devia ter observado mais o comportamento humano.
Devia ter sido mais fiel ainda ao que sinto, ter atendido mais meus próprios desejos, ter feito todas as coisas do meu jeito e vivido tudo como se fosse rainha de mim.
Devia ter ligado todas as vezes em que prometi "a gente se fala".
Devia ter passado mais tempo na companhia dos meus irmãos.
Devia ter acordado mais cedo e saído para caminhar nas manhãs.
Devia ter preservado mais amizades que preservei.
Devia não ter esquecido nunca os aniversários dos meus amigos.
Devia ter passado mais tempo brincando com meus pequenos.
Devia ter feito muito mais amor.
Devia ter viajado para os lugares que sonhei a vida inteira.
Devia ter saído mais à noite.
Devia ter feito mais amigos em mesas de bar.
Devia ter dito o que deveria ter sido dito naquelas horas.
Devia ter engolido menos e menores sapos.
Devia ter lido todos os livros que me programei para ler.
Devia ter trabalhado menos.
Devia ter aprendido a juntar dinheiro para as imprevisões.
Devia ter aprendido a gostar de e conhecer vinhos.
Devia ter me importado mais com quem se importa.
Devia ter feito mais caligrafia.
Devia ter passado mais dias inteiros na praia.
Devia ter andado mais com os vidros do carro abertos.
Devia ter assistidos a todos os filmes que pensei em assistir.
Devia ter tentado mais e me dedicado mais.
Devia ter aprendido a não desistir na primeira dificuldade.
Devia ter aprendido a ficar calada quando minha opinião era totalmente dispensável.
Devia ter aprendido a ser reservada, discreta, pudica.
Devia ter guardado todos os segredos revelados.
Devia ter mandado muito mais gente à merda.
Devia ter perdido muito mais vezes as estribeiras.
Devia ter jogado sujo quando o jogo assim exigia.
Devia ter sido mais delicada com quem merecia.
Devia ter aprendido a viver com humildade e recatamento.
Devia ter aproveitado melhor as aulas da faculdade.
Devia ter observado mais o comportamento humano.
Devia ter sido mais fiel ainda ao que sinto, ter atendido mais meus próprios desejos, ter feito todas as coisas do meu jeito e vivido tudo como se fosse rainha de mim.
Marcadores:
arrependimentos; desejos; faça-o-que-eu-digo
segunda-feira, 27 de julho de 2009
A lista
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás (Grace, Érika, Sofia, Isabela, Suellen – velho e bom CJN; Paulo André, Gabriel, Falcão, Patrícia, Rochelle, Lician, Weslley, Vinicius, Ricardo, Camilla, Lanuzza – Turma 3º TELF)
Quantos você ainda vê todo dia (Nenhum)
Quantos você já não encontra mais… (eu ainda encontro as meninas do CJN e , muito de vez em quando, a Lanuzza)
Faça uma lista dos sonhos que tinha (Ir à cuba, fazer a revolução, passar no vestibular, casar e ter filhos, morar no exterior, viajar o mundo todo)
Quantos você desistiu de sonhar! (só mesmo de fazer a revolução)
Quantos amores jurados pra sempre (aaahhh...)
Quantos você conseguiu preservar… (muito poucos)
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora? (em ambos, mas mais agora)
Hoje é do jeito que achou que seria? (é bem melhor)
Quantos amigos você jogou fora? (nenhum, mas fui jogada fora algumas vezes)
Quantos mistérios que você sondava,
Quantos você conseguiu entender? (eu detesto os mistérios, desisti de sondá-los)
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber? (disso eu posso me orgulhar: eu sempre detestei segredos)
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer? (algumas poucas e irrelevantes)
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você? (acredito que o melhor que havia em mim, em 1999, era a leveza com que eu levava a vida e que se tornou impossível)
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver? (para sobreviver? nenhuma)
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?” (das pessoas que eu amava naquele tempo, só meus familiares continuam me amando, assim espero, mas ganhei tantos novos amores)
Quem você mais via há dez anos atrás (Grace, Érika, Sofia, Isabela, Suellen – velho e bom CJN; Paulo André, Gabriel, Falcão, Patrícia, Rochelle, Lician, Weslley, Vinicius, Ricardo, Camilla, Lanuzza – Turma 3º TELF)
Quantos você ainda vê todo dia (Nenhum)
Quantos você já não encontra mais… (eu ainda encontro as meninas do CJN e , muito de vez em quando, a Lanuzza)
Faça uma lista dos sonhos que tinha (Ir à cuba, fazer a revolução, passar no vestibular, casar e ter filhos, morar no exterior, viajar o mundo todo)
Quantos você desistiu de sonhar! (só mesmo de fazer a revolução)
Quantos amores jurados pra sempre (aaahhh...)
Quantos você conseguiu preservar… (muito poucos)
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora? (em ambos, mas mais agora)
Hoje é do jeito que achou que seria? (é bem melhor)
Quantos amigos você jogou fora? (nenhum, mas fui jogada fora algumas vezes)
Quantos mistérios que você sondava,
Quantos você conseguiu entender? (eu detesto os mistérios, desisti de sondá-los)
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber? (disso eu posso me orgulhar: eu sempre detestei segredos)
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer? (algumas poucas e irrelevantes)
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você? (acredito que o melhor que havia em mim, em 1999, era a leveza com que eu levava a vida e que se tornou impossível)
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver? (para sobreviver? nenhuma)
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?” (das pessoas que eu amava naquele tempo, só meus familiares continuam me amando, assim espero, mas ganhei tantos novos amores)
domingo, 26 de julho de 2009
fase
ela te faz dobrar e querer ficar o dia inteirinho na cama agarrada aos joelhos. ela te deixa inerte, caida, inchada, chata, mal humorada, antipática, sem poder curtir o sol, sem poder usar roupas claras, sem conseguir dançar as músicas prediletas, nem carregar os pequenos no colo. Ela te abate, te deprime, aumenta os números da balança... é um saco e espero exterminá-la da minha vida dentro em breve. vai de reto, menstruação!
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Sobre os meus amigos
São poucos, mas preciosos. São poucos e representam aquilo que garimpei ao longo da vida. São o pouco que restou de fases por que passei e escapei ilesa, digo ilesa porque eram muitas as possibilidades para mim e também para cada um deles. Mas conseguimos nos reter, conseguimos que o vínculo fosse mantido apesar de. São poucos, eu sei, mas passaram comigo pelo vexame da banguelice da frente e pela felicidade da maternidade. São poucos, mas numa variedade de jeitos e tipos suficiente para que eu nunca me sinta sozinha no mundo e que me sinta pertencente.
Com eles, posso dividir, cantos, contas, contos, causos; planos, projetos, prosas, prazos; trincas, intrigas, futricas, titicas; receitas, recados, risadas e raios; ápices e declives; bares, boates, boatos; cozinhas, camas, mesas e banhos... Com eles, descobri que fui uma criança feliz, uma adolescente espevitada e revolucionária e me tornei uma mulher tranqüila, madura, consumista e metida a burguesa. Ao lado deles, vivi minha vidinha cotidiana no esquema escola-cinema-cursodeinglês-televisão; no esquema faculdade-estágio-bar-praia e no esquema trabalho-casa-trabalho. Com eles, aprendi a caminhar com minhas próprias pernas; a dar todas as voltas por cima que se fizerem necessárias; a entender que há quem puxe o tapete e há quem estenda mão e há quem bata a porta na cara e há quem abras as janelas e há quem descarte e há quem enalteça.
Eu só consigo concluir que quando se trata de amizade verdadeira não há hiato. O vínculo não se dissolve e permanece sólido apesar da geografia, da falta de tempo, do corre-corre da vida moderna, dos relacionamentos, da falta de telefonemas, das ausências justificadas ou não... Não há descaminho, mágoa, razão que fira a relação porque o que importa mesmo é o apreço, a admiração e o bem-querer reciprocamente apresentados. É claro que haverá desentendimento, desencontro, desespero, lágrimas, quem sabe... Mas depois dos pingos nos is, tudo volta ser como sempre foi, a conversa flui e a risada frouxa retoma seu lugar e a sensação de se estar à vontade, de poder dizer o que se quer, de compreensão toma seu assento.
É, eu tenho poucos, bons e bem garimpados amigos. É clichê e breguíssimo, eu admito, mas eles são como uma família para mim. Meu sentimento é muitas vezes (na maioria delas) muito bem disfarçado numa força que não possuo, mas preciso dizer que não há necessidade de expressão, de manifestações hiperbólicas, nem de declarações de amor. O que me faz amiga de vocês é saber que estaremos juntos mais uma vez, assim que possível e que neste reencontro seremos ainda os mesmos e dividiremos nossas histórias como se o tempo não tivesse corrido tanto.
Feliz dia do amigo!
Com eles, posso dividir, cantos, contas, contos, causos; planos, projetos, prosas, prazos; trincas, intrigas, futricas, titicas; receitas, recados, risadas e raios; ápices e declives; bares, boates, boatos; cozinhas, camas, mesas e banhos... Com eles, descobri que fui uma criança feliz, uma adolescente espevitada e revolucionária e me tornei uma mulher tranqüila, madura, consumista e metida a burguesa. Ao lado deles, vivi minha vidinha cotidiana no esquema escola-cinema-cursodeinglês-televisão; no esquema faculdade-estágio-bar-praia e no esquema trabalho-casa-trabalho. Com eles, aprendi a caminhar com minhas próprias pernas; a dar todas as voltas por cima que se fizerem necessárias; a entender que há quem puxe o tapete e há quem estenda mão e há quem bata a porta na cara e há quem abras as janelas e há quem descarte e há quem enalteça.
Eu só consigo concluir que quando se trata de amizade verdadeira não há hiato. O vínculo não se dissolve e permanece sólido apesar da geografia, da falta de tempo, do corre-corre da vida moderna, dos relacionamentos, da falta de telefonemas, das ausências justificadas ou não... Não há descaminho, mágoa, razão que fira a relação porque o que importa mesmo é o apreço, a admiração e o bem-querer reciprocamente apresentados. É claro que haverá desentendimento, desencontro, desespero, lágrimas, quem sabe... Mas depois dos pingos nos is, tudo volta ser como sempre foi, a conversa flui e a risada frouxa retoma seu lugar e a sensação de se estar à vontade, de poder dizer o que se quer, de compreensão toma seu assento.
É, eu tenho poucos, bons e bem garimpados amigos. É clichê e breguíssimo, eu admito, mas eles são como uma família para mim. Meu sentimento é muitas vezes (na maioria delas) muito bem disfarçado numa força que não possuo, mas preciso dizer que não há necessidade de expressão, de manifestações hiperbólicas, nem de declarações de amor. O que me faz amiga de vocês é saber que estaremos juntos mais uma vez, assim que possível e que neste reencontro seremos ainda os mesmos e dividiremos nossas histórias como se o tempo não tivesse corrido tanto.
Feliz dia do amigo!
sexta-feira, 17 de julho de 2009
A província
Eu tenho certeza de que moro numa aldeia indígena mesclada com resort de luxo de férias, quando procuro um filme pra assistir com meu marido, numa sexta-feira à noite, e só encontro filmes infantis ou imbecis!!!
Marcadores:
atraso cultural,
cinema,
falta de opção,
fortaleza
Sobre colas e guaranás
Seguinte: Todo mundo sabe o quanto eu adoro coca-cola. Sim, aquela bomba calórica, a normal mesmo, nunca a light, nunca a diet, nunca a zero... Na minha humilde opinião, já deveriam fabricar garrafões de coca-cola 20L. Mas enfim... O que eu quero dizer é que pepsi, mais cola, ultracola, supercola ou qualquer refrigerante de cola NÃO É COCA-COLA. Coca-cola é igual à mãe, só tem uma! A mesma coisa acontece com guaraná. Kuat não é guaraná, nem Kuat Eko, nem light, nem zero, nem nada. Kuat é Kuat. Guaraná é guaraná. E tenho dito!
quinta-feira, 16 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
Cena de férias
Aqui em casa, dois priminhos do Matheus, de 5 e 10 anos, em férias escolares e o Matheus perturbando pra ir ao McDonalds, ganhar o presentinho da Era do Gelo. Eu prometo levá-los à noite.
(...)
De noite, Matheus chega para mim e diz:
- Mamãe, já é de noite, olha!
- Já é de noite, meu amor!
- Vamos ao Pato Donalds, vamos?
(...)
Todos três, terminando de comer no McDonalds, cada um com um brinquedo. Matheus se vira pra mim e diz:
- Agora nós vamos no Mickey, não é, mamãe?
(...)
De noite, Matheus chega para mim e diz:
- Mamãe, já é de noite, olha!
- Já é de noite, meu amor!
- Vamos ao Pato Donalds, vamos?
(...)
Todos três, terminando de comer no McDonalds, cada um com um brinquedo. Matheus se vira pra mim e diz:
- Agora nós vamos no Mickey, não é, mamãe?
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Contradição
Meu marido me acorda de manhã com muitos e ternos beijinhos no pescoço e me chama de bicho preguiça quando sai do banho e eu ainda tô de olhos fechados e sem querer levantar. Ele suporta meu mau humor matinal com um humor invejável, faz piada de tudo. Depois de dois filhos, peito mole, bucho gelatinoso, bunda celulite, ele me chama de gostosa e diz que eu sou a puta dele na cama, tarado em mim. Ele sempre escreve um "amo você!" ao final dos SMS e emails que me manda ao longo do dia. Ele é um pai maravilhoso, daqueles de propaganda de margarina, e ver meus filhos rolando no chão, às gargalhadas, com ele faz meu coração estalar de amor. Ele é extremamente simpático e carinhoso, nunca, nem uma vez sequer, em mais de 8 anos de relacionamento, ele foi estúpido comigo, nenhum palavrão, nenhum grito daqueles de meter medo. Ele sempre diz que eu fui feita pra deitar no ombro dele, porque a gente se encaixa. Todas as noites ele me pede pra dormir de conchinha. Ele finge, de com força, que não é ciumento, mas reclama de decotes e de saias acima do joelhos. Ele sempre anda de mãos dadas comigo, em todo canto. E me compra livros sem que eu peça porque ele sabe que eu vou ler. Às vezes ele compra um livro pra si e me deixa ler antes dele. Ele acha meu cabelo lindo e ama a minha pele. Adora quando eu deito cheia de cremes e diz muitas vezes, com voz doce, que ele tem vontade de ficar me cheirando o dia todo. Ele é o filhinho queridinho da mamãe e sempre faz tudo que ela quer. Ele adora as amigas coroas da mãe dele e se diverte com elas. Ele se preocupa com estes detalhes da vida doméstica super chatos, como comprar o garrafão de água e as verduras da semana, deixar dinheiro para o pão fresco e para a faxineira. Ele sempre lava a louça quando a empregada tá de folga e não reclama e até gosta de botar a roupa na máquina. Ele diz que vai ganhar muito dinheiro pra EU ter a vida de dondoca que sempre quis (mas eu morro de medo de depender financeiramente dele). Ele pensa muito na saúde dos nossos pais. Ele é um doce, todo mundo adora ele e ninguém entende como ele casou com uma mulher, fresca, chata e antipática como eu.
MAS, CONTUDO, PORÉM, TODAVIA...
Ele nunca, nunquinha mesmo, se lembra de data nenhuma, exceto o meu aniversário. Ele acha besteira comprar presentes, diz que o importante é se lembrar da pessoa (mas ele nunca se lembra de seu ninguém). Ele quase nunca faz surpresas, nem me liga pra perguntar se eu quero que ele traga alguma coisa pra comer. Ele não abre portas do carro, da casa, da padaria, imagine se levantar na presença de uma mulher! Ele acha desnecessário gastar comprando roupas novas para eventos como batizados e aniversários dos nossos filhos. Ele vive reclamando que eu gasto demais com futilidades. Ele simplesmente não entende que fazer unha é questão de higiene! Ele não sabe que não ter barriga não é questão estética, é questão de saúde. Ele não percebe que ou é a lipo ou a bulimia. Ele não considera os amigos dele (imagine os meus) da mesma forma que é considerado. Ele não gosta de frequentar as festas da minha família e, muitas vezes, vai forçado e só se não tiver nenhuma desculpa impeditiva a dar. Ele não percebe que as pessoas têm modos diferentes de amar as outras e que isso não significa que elas não amam muito. Ele é extremamente ansioso, muito, dos que roem as unhas e tudo! Ele não sabe esperar, ele não sabe dizer não a seu ninguém, ele tem muita dificuldade em confessar os segredos e dar opinião contrária à da mãe na frente dela (na verdade, ele quase nunca toma posição contrária à da mãe, mesmo que eu não goste muito disso). Ele nunca acordava de madrugada quando os meninos mamavam e, hoje em dia, reclama quando eu o obrigo a fazê-los dormir e colocá-los na cama (eu finjo que não escuto as reclamações). Ele tem gosto limitado pra música e literatura. Reclaaaama quando tem que ficar com nosso bebê enquanto eu vou pra esteira, pergunta a cada 5 minutos quanto tempo falta pra acabar.
Sabe, tem vezes que ele me dá nos nervos, em outras eu fico me perguntando se é isso mesmo que eu quero pro resto da minha vida, mas aí ele vem me dizer que eu sou a mulher da vida dele e eu lembro tudo de bom que a gente tem construído e digo a mim mesma pela milésima vez: "Sim, estou exatamente onde queria estar!" e "Sim, aceito"
MAS, CONTUDO, PORÉM, TODAVIA...
Ele nunca, nunquinha mesmo, se lembra de data nenhuma, exceto o meu aniversário. Ele acha besteira comprar presentes, diz que o importante é se lembrar da pessoa (mas ele nunca se lembra de seu ninguém). Ele quase nunca faz surpresas, nem me liga pra perguntar se eu quero que ele traga alguma coisa pra comer. Ele não abre portas do carro, da casa, da padaria, imagine se levantar na presença de uma mulher! Ele acha desnecessário gastar comprando roupas novas para eventos como batizados e aniversários dos nossos filhos. Ele vive reclamando que eu gasto demais com futilidades. Ele simplesmente não entende que fazer unha é questão de higiene! Ele não sabe que não ter barriga não é questão estética, é questão de saúde. Ele não percebe que ou é a lipo ou a bulimia. Ele não considera os amigos dele (imagine os meus) da mesma forma que é considerado. Ele não gosta de frequentar as festas da minha família e, muitas vezes, vai forçado e só se não tiver nenhuma desculpa impeditiva a dar. Ele não percebe que as pessoas têm modos diferentes de amar as outras e que isso não significa que elas não amam muito. Ele é extremamente ansioso, muito, dos que roem as unhas e tudo! Ele não sabe esperar, ele não sabe dizer não a seu ninguém, ele tem muita dificuldade em confessar os segredos e dar opinião contrária à da mãe na frente dela (na verdade, ele quase nunca toma posição contrária à da mãe, mesmo que eu não goste muito disso). Ele nunca acordava de madrugada quando os meninos mamavam e, hoje em dia, reclama quando eu o obrigo a fazê-los dormir e colocá-los na cama (eu finjo que não escuto as reclamações). Ele tem gosto limitado pra música e literatura. Reclaaaama quando tem que ficar com nosso bebê enquanto eu vou pra esteira, pergunta a cada 5 minutos quanto tempo falta pra acabar.
Sabe, tem vezes que ele me dá nos nervos, em outras eu fico me perguntando se é isso mesmo que eu quero pro resto da minha vida, mas aí ele vem me dizer que eu sou a mulher da vida dele e eu lembro tudo de bom que a gente tem construído e digo a mim mesma pela milésima vez: "Sim, estou exatamente onde queria estar!" e "Sim, aceito"
terça-feira, 7 de julho de 2009
DECEPÇÃO
Agora é fato. há três dias do grande dia, não chegou nenhum convite na minha casa e não houve telefonema com explicações (que eu não iria compreender, obviamente). é fato consumado e não adianta estrebuchar... mas tem sido muito difícil meter nessa minha cabeça dura que uma relação construída com anos de bem querer e muita cumplicidade seja fruto exclusivo da minha imaginação. até porque eu tenho convicção de que não foi. o que mais dói é perceber que fui descartável como tantas outras amizades.
eu escolho poucas pessoas para chamar de minhas, mas os eleitos são prediletos, são queridos apesar das distâncias oceânicas, são lembrados até quando esquecidos, saber que eles existem aquece minha alma e me deixa mais segura (e feliz). quando um dos eleitos simplesmente me exclui da vida dele, eu só consigo pensar que puxaram meu tapete e que alguma coisa aconteceu entre o céu e a terra. algo que não tem razão lógica, algo sobre-humano, surreal. pq não é lógico que um dos meus eleitos me exclua sem mais nem menos.
mas não, não foi isso. o que é duro que só de engolir (porque é um sapo grande demais) é que você não significa pra ele o que ele foi pra você. não existe recíproca, quiçá verdadeira. é duro, dói que só o cão, mas move on! agora é fato estampado e eu não posso passar a vida relutando, esquivando-me de ver que minha presença é desconforto; meus emails, um transtorno; minhas tentativas (vãs) de fazer contato, uma chatice. é chegada a hora de levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
sim, eu sei, eu sinto falta, mesmo sem querer sentir; eu espero o contato, mesmo consciente de que ele não virá; pergunto-me se é culpa minha, mas percebo que os erros são dele; e, ao final, penso que é melhor assim e que vai passar...
eu escolho poucas pessoas para chamar de minhas, mas os eleitos são prediletos, são queridos apesar das distâncias oceânicas, são lembrados até quando esquecidos, saber que eles existem aquece minha alma e me deixa mais segura (e feliz). quando um dos eleitos simplesmente me exclui da vida dele, eu só consigo pensar que puxaram meu tapete e que alguma coisa aconteceu entre o céu e a terra. algo que não tem razão lógica, algo sobre-humano, surreal. pq não é lógico que um dos meus eleitos me exclua sem mais nem menos.
mas não, não foi isso. o que é duro que só de engolir (porque é um sapo grande demais) é que você não significa pra ele o que ele foi pra você. não existe recíproca, quiçá verdadeira. é duro, dói que só o cão, mas move on! agora é fato estampado e eu não posso passar a vida relutando, esquivando-me de ver que minha presença é desconforto; meus emails, um transtorno; minhas tentativas (vãs) de fazer contato, uma chatice. é chegada a hora de levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
sim, eu sei, eu sinto falta, mesmo sem querer sentir; eu espero o contato, mesmo consciente de que ele não virá; pergunto-me se é culpa minha, mas percebo que os erros são dele; e, ao final, penso que é melhor assim e que vai passar...
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Do que eu sinto falta
COMPANHEIRISMO.
Qualidade que se manifesta em pequenos detalhes: companhia em reunião de turma ou de família; leitura de textos técnicos do outro que se tem certeza que não foi escrito em portugês; divisão de problemas e contas e desejos e dívidas; seus amigos são meus amigos; suas prioridades são minhas prioridades; deu tudo errado? eis o meu ombro; deu tudo certo? dois copos de cerveja; dor de cabeça? tá aqui um remédio; cansada do trabalho? vamo fugir desse lugar?; o que eu faço agora? me beija!
Qualidade que se manifesta em pequenos detalhes: companhia em reunião de turma ou de família; leitura de textos técnicos do outro que se tem certeza que não foi escrito em portugês; divisão de problemas e contas e desejos e dívidas; seus amigos são meus amigos; suas prioridades são minhas prioridades; deu tudo errado? eis o meu ombro; deu tudo certo? dois copos de cerveja; dor de cabeça? tá aqui um remédio; cansada do trabalho? vamo fugir desse lugar?; o que eu faço agora? me beija!
Assinar:
Postagens (Atom)