sexta-feira, 21 de agosto de 2009

É a sensação, enfim, de estar completo

A gente passa a vida inteira procurando esta sensação de plenitude, de completude, de felicidade. A gente vive essa ânsia e esse desconforto. A gente busca em outras coisas a razão de ser, o motivo para estar aqui. A gente pensa em virar mesas, em mudar o mundo, em causas sociais, em religiões, em filosofias, em política... A gente busca, a gente procura, a gente revira cada pedra do moinho e cada acontecimento marcante a fim de descobrir para que e o porquê de estar aqui nesse mundo louco e árido e cruel e injusto e violento. A gente cai nas histórias mal contadas. A gente dá cem vezes com a porta na cara. A gente bate a cabeça na parede com gosto de gás. A gente afoga magoas, entorna garrafas, usa drogas pesadas... E o vazio continua lá.

Até que um dia, num exame de rotina, quando menos se esperava, quando você estava mais abarrotada de coisas pra fazer, quando seu celular tinha descarregado, quando você nem mais acreditava que era possível, quando não era o melhor momento, quando você absolutamente não tinha planejado nada, você recebe a notícia de um médico desconhecido: "Parabéns, Doutora! A senhora está grávida!".

Depois do susto, depois do medo, depois do parto, depois de anos, você descobre que era para isso, era essa a razão de ser, era isso que você procurava. Não sei precisar o momento certo em que essa epifania ocorre. Não sei se à primeira vista, ao primeiro choro, na primeira noite insone, quando o sorriso dele mostra o reconhecimento desse laço infinito ou se quando ele expressa o amor que sente em gestos diminutos como seu tamanho. Não sei. A Ivete diz que agora já sabe, eu prefiro um poema do Pedro Lyra que me traduz:

Soneto do Amor Nascendo

Começa.
É a própria vida que começa
(ou recomeça)
ao talhe de um clarão.

E raia
esplende
espalha-se no mundo
como se nunca mais fosse apagar-se.

Tudo realça além do seu sentido.
O ser encontra em outro a sua razão.
Agora é desfrutar
conter o tempo
entre os dedos
os lábios
ou as coxas.

Só para isso vale ter nascido.

Tudo que nos faltava nos acorre
num desafio

num toque
num sussurro
que o outro retribui
maravilhado.

É a sensação, enfim, de estar completo
num mundo que, afinal, se justifica.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

10 meses

Um dia, sem você se dar conta de quanto tempo passou, ele vem até perto de você, sozinho, sem ajuda, e para olhando nos olhos e diz "mãmãmã". Seu coração se enche de um jeito que parece que não cabe na caixa torácica e você só consegue agarrá-lo bruscamente e enchê-lo de beijos que o fazem gargalhar.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

No Limite

Mas nem pelo dobro do dinheiro prometido ao vencedor do programa, eu comeria o que aquele povo comeu ontem. Nem na seca de 1915 no interior do Ceará. Nem se eu tivesse sem comer desde que nasci. Nem nunca!

sábado, 15 de agosto de 2009

"Tudo muda o tempo todo no mundo..."

Eu era filha, hoje sou mãe.
Eu era namoradeira, hoje sou esposa.
Eu era independente, hoje tem quem dependa de mim.
Eu era inconsequente, hoje assumo todas as consequencias.
Eu era comunista, hoje sou consumista.
Eu era ingênua, hoje babo com a ingenuidade.
Eu assumia riscos, hoje eu protejo os pequenos deles.
Eu me preocupava com provas finais, hoje, em ter dinheiro no fim do mês.
Eu virava noites em baladas, hoje viro noites embalando.
Eu bebia para sorrir, hoje eu sorrio para bebês.
Eu andava de bicicleta, hoje eu vou guiando quatro rodas.
Eu nadava na piscina do prédio, hoje eu levo às aulas de natação.
Eu corria na praia, hoje eu construo castelos na areia.

Eu não canso de repetir: a vida mudou e eu encontrei o meu lugar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sorte de Hoje

Se você não quer que ninguém saiba, não faça.

(Uia! Deu até medo do que eu tava pensando em fazer e não queria que ninguém soubesse...)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Aniversário

Alguém que nasceu numa sexta-feira 13 em agosto (não vou dizer o ano que posso até me comprometer, porque ela é minha amiga de escola), e achar que isso é bom agouro, só pode merecer tudo de bom nessa vida.

Parabéns, Stéphane!!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

7 dias

No primeiro momento, era a anestesia. As pessoas, os lugares, as frases se perdiam nos atalhos da mente. A consciência fica bolando dentro da gente. Os fatos e os sonhos se confundem. A fala não representa o discurso interno.

No segundo momento, era a DOR. Assim mesmo, em caixa alta, gigantesca, maior que a gente, maior do que se é capaz de suportar, mais forte que as drogas mais modernas. Dor que impede de dormir, dor que impede de falar, dor que faz o olho lacrimejar. Tudo é dor, já dizia Renato.

Depois, é o desconforto. O corpo não é seu, tudo fora de lugar. A gente não se reconhece mais no espaço que ocupa e não consegue ficar de pé, levantar o braço, sustentar um copo... mas o pior de tudo é depender de terceiros para todas as coisas da rotina.

Por fim, vem o tédio. Não há mais anestesia, nem dor, só o desconforto. A capacidade para as trivialidades retoma seu lugar. Mas ainda há o desconforto: o corpo que não fica ereto, o braço que não alcança, o pé da barriga que lateja, o seio meio dormente... É uma velhice antecipada. Mas passa. Já já passa.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Queridos 5 leitores

Tá tudo bem. Ainda não estou recuperada, mas em breve volto com força total!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Extreme makeover

Queridos três leitores (Oi, mãe, Debbie e Camila. Tem mais alguém aí?),

Vou ali dar um tapa na auto-estima e volto assim que puder digitar.

Não me abandonem!!!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Como não morrer de amor?

Matheus assistindo ao filme "Os três mosqueteiros", com Mickey, Donal e Pateta. Eu pergunto:

- O Mickey tem namorada?
- Teeeeeeeemmm. É a Minnie!
- O Pato Donald tem namorada?
- Teeeeeeeemmm, mamãe. É a Magalida (sic).
- E você, Matheus, tem namorada?
- Não tenho. Mas eu tenho você, né, mamãe?