Quem me conhece de verdade, sabe: eu leio. Eu estou sempre lendo alguma coisa e tenho uma fila de livros em espera na cabeceira da cama. Depois do que aconteceu, eu comprei alguns livros que furaram a fila de espera. Li o livro "Para Francisco", baseado no blog cujo link tá aí na lista "Blogosfera". Li também alguns livros religiosos que ganhei de presente. Todavia, a surpresa maior veio de um livro que eu mesma comprei e que me interessou por causa de uma citação publicada em crônica assinada por Miguel Falabella (se não me engano) na revista Istoé. Não me lembro exatamente da citação, mas eu anotei os nomes do autor e do livro e comprei. Trata-se de "Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra" de Mia Couto. O livro é sensível demais e, ainda pela metade, já me arrancou algumas lágrimas. Venho hoje só colar passagens que me fizeram refletir. Deliciem-se:
"A morte é como o umbigo: o quanto nela existe é a sua cicatriz, a lembrança de uma anterior existência. (...) A cicatriz tão longe de uma ferida tão dentro: a ausente permanência de quem morreu."
"Morto amado nunca mais para de morrer."
"É que em todo lado, mesmo no invisível, há uma porta. Longe ou perto, não somos donos mas simples convidados. A vida, por respeito, requer constante licença."
"Sabe-se: a dor pede pudor. Na nossa terra, o sofrimento é uma nudez - não se mostra aos públicos."
"Seja eu quem for, esperam de mim tristeza. Mas não este estado de ausência. Não os tranquiliza ver-me tão só, tão despedido de mim."
"Isso, ele me ensinara: o segredo é demorar o sofrimento, cozinhá-lo em lentíssimo fogo, até que ele se espalhe, diluto, no infinito tempo."
"Você vai enfrentar desafios maiores que as suas forças. Aprenderá como se diz aqui: cada homem é todos os outros. Esses outros não são apenas os viventes. São também os já transferidos, os nossos mortos. Os vivos são vozes, os outros são ecos."
"Lá fora, a vida desfilava, impávida. Injustiça é o mundo prosseguir assim mesmo quando desaparece quem mais amamos."
"Uma angústia, porém, permanecia como âncora, amarrando para sempre a capacidade de ser feliz."
"Aqueles que mais razões têm para chorar são os que não choram nunca."
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Ontem, eu ouvi novamente a música "Parabólica" do Engenheiros. A letra foi escrita pela Humberto Gessinger para a filha. Essa passagem também desencadeou o mecanismo de transbordamento que eu ando tentando conter:
"Se a TV estiver fora do ar,
quando passarem os melhores momentos da sua vida,
pela janela eu estarei de olho em você
completamente paranóico"
Eu não duvido, Thi! Eu não duvido!
3 comentários:
Nossa inteligência não mais se encontram, perdi a porta de acesso à sua e vice-versa... Não entendi parte desse post, por que será???
O post é rebuscado mesmo!Li 2 vezes.
Qto a ``parabólica``,sempre mexeu comigo tb, e essa versão(com a letra diferente da original)é ao vivo.Consegue ainda ser melhor.
A parte citada por vc,Marcele,é muito forte,fiquei arrepiado...
Um excelente sabadão,minha querida!
Anônimo,
Quem é você? A gente se conhece? Manda um email!
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