terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Reveillon

Entre os dias 31/12 e 01/01 não vai acontecer nada demais. Nada muito significativo, além de uma enorme quantidade de fogos estourados. As estrelas não se alinharam de maneira a permitir uma confluência cósmica de energia. Muito provavelmente não seremos os ganhadores da mega sena da virada. Não haverá significativas alterações na nossa vida nesse ritual de passagem. Você continuará sendo o que você é, usando as mesmas roupas, com o mesmo corte de cabelo, o mesmo emprego, o mesmo marido, a mesma família, a mesma quantidade de dinheiro e os mesmos sonhos e planos.
 
A diferença é totalmente interior, é totalmente subjetiva, é totalmente ficcional. O que muda com a virada do ano é só a força de vontade mesmo, como se a gente hibernasse e acordasse zerada para correr atrás daquilo que se quer. É certo que, no Brasil, essa corrida só começa efetivamente depois do Carnaval. Mas até lá dá tempo de chacoalhar as ideias e colocar a vida em seu devido lugar.
 
Então, que com esse recomeço possamos todos enfileirar nossos afazeres, priorizando o que merecer ser priorizado, amando o que merece ser amado e nos dedicando somente àquilo que nos traz prazer. Que sejamos todos mais felizes, na medida exata, que não nos imponha a cessação dos sonhos e a sensação de marasmo. Que sejamos bem sucedidos, mas sem ter certeza de que chegamos lá, com a noção de que há muito ainda por aprender. Que suportemos com a cabeça erguida e sem cortes profundos os solavancos e sopapos da vida, e que, no final de tudo, saibamos ter um olhar mais doce. Que vivamos cada dia de cada vez, sem sair atropelando os outros e seus espaços, seus caminhos. Que sejamos menos egoístas, menos egocêntricos, mas que mantenhamos o amor próprio, a auto-confiança, a auto-estima. Que controlemos a ansiedade, a angústia, a correria do dia-a-dia, a falta de tempo, e que aprendamos a aproveitar os momentos com os amigos, com os filhos, com o pais, com o seus. E que seja mesmo um reveillon, um despertar, um vislumbrar, um deslumbrar, um ano inteiro de sensações e conquistas. Que a esperança permaneça porque só depende da gente mesmo, de cada um, ser feliz.


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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Para SM


"O amor é pura miragem"
(Caio Fernando Abreu - Onde andará Dulce Veiga? p.144)


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sábado, 26 de dezembro de 2009

Sempre Caio

Eu leio Caio Fernando Abreu sempre com um lápis na mão para marcar as melhores passagens. Ele nunca me deixa na mão:
 
"Cartas, santos, números, astros: eu queria afastar completamente essas coisas da minha vida. Queria o real, um real sem nada por trás além dele mesmo. Apenas mais fundo, mais indisfarçável, sem nenhum sentido outro que não aquele que se pudesse ver, tocar e cheirar como os cheiros, mesmo nauseantes, mas verdadeiros dos corredores do edifício. Eu estava farto do invisível"
(Onde Andará Dulce Veiga?)



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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Desejo

Se alguém me perguntar o que eu quero ganhar do Papai Noel, ou qual vai ser o meu pedido ao pular a sétima onda e ao devorar um prato de lentilhas, ou em que eu estarei pensando ao cuspir o último caroço da última uva ou ao fechar os olhos quando gritarem o UM da contagem regressiva da virada; eu terei a resposta mais fácil do mundo: EU SÓ QUERO SER FELIZ!

Eu sempre quis tão-somente isso: SER FE-LIZ!!! Assim, inteira, plena, serena... Não a felicidade perene e eterna do para sempre dos contos de fadas. Mas a felicidade normal, corriqueira, cotidiana, nas pequenas coisas. Eu quero ser feliz ainda que haja lágrimas e dores. Eu quero ser feliz ainda que eu sofra para chegar lá, ainda que haja um TSUNAMI (assim mesmo, em letras maiúsculas e garrafais), ainda que por um momento a vida pareça ladeira abaixo.

Eu quero ser feliz com reboliço, com friviões, com medo e até com angústia. Eu quero ser feliz na dúvida, na argumentação, na discórdia e no perigo. Eu quero ser feliz na solidão e na companhia. Eu quero ser feliz nas roupas, de pretinho básico ou vermelho esvoaçante, de minissaia ou biquini, sem nada. Eu quero ser feliz de sorrisão e de bico enjoado. Eu quero ser feliz com os olhos bem abertos e os dois pés atrás e de olhos fechados e me jogando no precipício. Eu quero ser feliz cautelosa e estabanada. Eu quero ser feliz orgulhosa de mim e triste com meus próprios sentimentos. Eu quero ser feliz com um, com dois e com três. Eu quero ser feliz advogada, mãe, mulher, esposa, estudante, amiga, filha, irmã, madrinha, cumadre, blogueira, colega. Eu SÓ quero ser feliz...

"Será que é pedir muito?"
(Roberta Sá - Belo e estranho dia para se ter alegria)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Aprendendo

Alguém já disse que não há vitória sem suor e sem lágrimas. Alguém já disse que pra ser bem sucedido tem que dar muito duro, muito mesmo, tripla jornada. Alguém já disse que felicidade não tem nada a ver com merecimento mas com enxergar as coisas de um jeito melhor. Alguém já disse que os casais que permanecem juntos pela vida inteira são uma lição, não de paciência e resignação, mas de força de vontade e criatividade. Com isso tudo eu aprendi que é preciso ter força, mesmo quando a gente achar que não consegue ir além. É imprescindível investir tudo, e raspar o pote, mais ainda quando se achar que não se tem nada mais a dar. É de extrema importância acreditar que vai ser diferente quando não resta mais fé alguma. É essencial ir além, dar mais um passo e fazer que um dia corra em 24 horas, inspirando e expirando.

Ninguém me disse que seria fácil. Ninguém aprende como (con)viver na escola. Ninguém ensina a gente a superar as dores, os rancores, os traumas. Por isso, eu vou às cegas, tateando no escuro, dando com umas portas na cara, tropeçando em objetos não identidicados, tendo medo de cair num buraco negro e me perder de mim. Mas, ainda assim, eu vou em frente.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Correspondência Secreta

Enviado em 12/12/2009

De: SM Para: MA

Eu costumava ser o tipo de pessoa que acredita. Mas eu não sou mais. Eu não sei se isso é bom ou ruim e eu realmente não me importo. Eu não tive escolhas. Eu costumava acreditar em tudo. Contos de fadas, estrelas cadentes, desejos que a gente faz quando sopra as velas de um bolo de aniversário. Eu até acreditava no amor. Aquele amor que a gente vê nos filmes, cheio de promessas e sonhos, que nos faz suspirar. Mas agora, 27 anos e dois casamentos depois, eu simplesmente não acredito mais. Eu não acredito que ele exista. O que eu acredito é em pessoas que ficam juntas, apesar de tudo, por outras razões, mas não por amor. Elas ficam juntas pelas famílias, pelos filhos, por motivos financeiros, porque eles se sentem confortáveis com a vida que tem. Sem muitas aventuras, mas pelo menos, estabilidade. O que é triste é que eu não consigo ser feliz com isso. Eu quis tanto encontrar esse tipo de amor, esse tipo de magia e encanto que nada mais que vier se encaixa no papel. Todas as coisas meio-termo simplesmente me fazem sentir ainda mais sozinha, vazia, infeliz e frustrada. Eu desisti de muita coisa na vida indo atrás desse sonho, de um amor pra outro, e de novo e de novo, porque eu achava que, quando eu encontrasse esse maravilhoso amor verdadeiro, todas as outras coisas seriam perfeitas. Mesmo que não fossem. Elas simplesmente seriam o suficiente, porque eu teria a pessoa especial do meu lado e nada mais importaria. E agora que eu descobri que o que eu procurei a vida toda simplesmente não existe, como continuar a vida? Como seguir em frente sabendo que amor daqueles que de tão fortes fazem doer o peito tem curta data de validade e uma vez que ele acaba, morre pra sempre? E assim segue a vida. Sem respostas. Mas um dia de cada vez, cada um com a sua dor.


Enviado em 15/12/2009

De: MA Para: SM

Só agora tive tempo de escrever com calma. Só agora consigo organizar as ideias, desembaçar a vista. Quisera eu, minha amiga, ter uma resposta pronta pra te dar, um remédio para essa dor, um antídoto contra esse veneno. Mas não tenho e sofro a mesma dor que você. Porém, eu não dexei de acreditar no amor, não deixei de acreditar na força que esse sentimento tem, não deixei de acreditar que ele é capaz de nos fazer ir além, ir mais longe quando a gente tem certeza de que não suporta mais nem um passo. Concordo com você quando diz que foi empurrando a vida, pulando de um para outro em busca dO Amor. Todavia, eu acho que suas buscas não foram motivadas pelos seus desejos, mas induzidas por motivos circunstanciais, sem tempo de se adaptar às mudanças, sem tempo de pensar se era verdadeiro ou não. Com os olhos ainda marejados, você avistava um oásis no deserto e saia freneticamente em busca de alcançá-lo. Ao chegar nele, via que era apenas um coqueiro e desatava a chorar. Com os olhos novamente embaçados pelo pranto, avistava outro oásis e repetia tudo num círculo vicioso, do qual você não consegue se livrar. Foram as circunstâncias e a sua necessidade desesperada de encontrá-lo pra já que a impediram de encontrar, minha amiga. Acredite: ele existe. Em algum lugar, ele existe. E eu tenho certeza que é só uma questão de olhar para o lugar certo, manter a cabeça reta, a espinha ereta e o pulmão a respirar para você encontrar.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Com tudo a flutuar num rio

Foi com você que eu cheguei mais próximo da felicidade...
Foi com você que sorri os meus mais sinceros sorrisos...
Foi com você que construí meus sonhos mais palpáveis...
Foi com você que fiz os planos mais concretos...
Foi com você que eu desejei passar a vida toda...
Foi você que me fez me encantar pela rotina...
Foi você que me fez vibrar em noites insones...
Foi você que me tornou múltipla...
Foi você que me fez acreditar que pode dar certo...
Foi você que me fez confiar de novo no outro...
Foi você que me deixou acreditar que era perfeito...
Foi você que me fez crer que era pra sempre...
Foi você que me fez imaginar a velhice acompanhada...
Foi com você que supus ter tudo...
Foi com você que eu achei que tinha encontrado o melhor lugar do mundo...
Foi com você que eu imaginei ter construído um lar...
Agora, eu já não sei mais.

Sem mais, a vida vai passando no vazio
Estou com tudo a flutuar num rio
Esperando a resposta ao que chamo de amor

(Altar Particular - Maria Gadu)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Morrendo de orgulho

Quando os nossos ídolos passam a ler o que a gente escreve, não há resposta melhor, não há retorno maior. Olha só:

"Oi, Marcele
Rodando hoje pelo Google, vi uma referência sua a um soneto do "Desafio". É o "Soneto do amor nascendo", e você diz que é um poema que a define.
Então vim agradecer a doce satisfação que você me deu.
Um grande e grato abraço.
Pedro Lyra"
Assim caminhamos em frente. É como é possível, é como se pode fazer no momento. Seguimos em frente, um passo de cada vez. Convivemos com beijos sem gosto, com palavras vazias, com a trivial rotina, com as necessidades da casa e dos filhos, com as contas a pagar... Assim, a gente finge que é sem ser.

"Disse ele que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar
Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz
Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz"


(Maria Gadu)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Fato

Era tão melhor quando conversávamos por horas, descobrindo milhares de pontos em comum e pequenas coincidências. Era tão melhor quando queríamos apenas ficar juntos a qualquer preço, a despeito de. Era tão melhor quando a gente dava vazão aos sentimentos em palavras que pulavam pra fora da gente como se tivessem vida própria. Era tão melhor quando nós descobríamos embasbacados o quanto um representava pro outro. Era tão melhor quando prometíamos abraços intermináveis. Era tão melhor quando era prenúncio, promessa, instinto. Era tão melhor...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Merecimento

Eu li em algum canto que o pior sentimento que pode existir é a indiferença. Porque quando sentimos ódio, raiva, rancor, acaba-se demonstrando o quanto o objeto destes sentimentos é capaz de mexer conosco. Fica claro que dói, que machuca, que atormenta. Mas quando simplesmente não se sente nada, não se faz questão de, nem se lembra, quando não dói, não dá vontade de mover uma palha, aí sim, é terrível. Porque é o nada, o vazio, o silêncio.

Pois é exatamente isso que merece!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Da série cabe-como-uma-luva

Depois da invenção do photoshop, até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, basta uns retoquezinhos, aqui e ali. Nunca vi tanta mulher nua. Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas. O que não falta é candidata para tirar a roupa. Dá uma grana boa. E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê? Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos. Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade... emocionalmente. Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso. É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história. É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente. Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos. Aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas,e não bonecas de porcelana. Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em quem sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais. ... Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior. Mas é o que devemos continuar fazendo. Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor. Todavia, há sempre o risco do não-reconhecimento ou do reconhecimento equivocado. Não é sempre que somos compreendidas quando nos expomos. Mas, ainda que não haja o reconhecimento, ainda que não dêem o devido valor, continuemos desnudas!

Para Alguém

A gente passa por certas coisas na vida que não consegue dividir com quase ninguém. É que é tudo tão íntimo e tão dolorido que a gente não quer mostrar o tamanho real da nossa vulnerabilidade. E, cá pra nós, a gente não quer mesmo é fazer papel de trouxa na frente dos outros, principalmente daqueles que são muito próximos, melhores amigos e família. A gente sempre que aparentar ser descolada, forte, decidida, determinada, bem sucedida, bonita, gostosa e todos os que tais. Mas chega um momento que dói demais e a gente extravasa com um desconhecido qualquer, que entende, que ouve, que aconselha e que não está perto o bastante pra olhar na nossa cara depois da certeza de que a gente é, lá no fundo, uma masmorra de sensibilidade, dores e lágrimas. Eu sou uma orelha virtual para alguém. E esse mesmo alguém é uma orelha virtual pra mim. A gente se conforta, se solidariza com as próprias dores, se aconselha e se dá força. A gente torce pra que tudo dê certo, pra que tudo termine bem. A gente cruza os dedos e muitas vezes a gente fecha os olhos e vai na fé. Mas hoje eu ouvi essa música e só pensei na dor da minha orelha virtual. Como eu sei que ela lê isso aqui, tá aqui, ó:

Adeus você
Eu hoje vou pro lado de lá
Eu tô levando tudo de mim
Que é pra não ter razão pra chorar
Vê se te alimenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Cuida do teu
Pra que ninguém te jogue no chão
Procure dividir-se em alguém
Procure-me em qualquer confusão
Levanta e te sustenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Quero ver você maior, meu bem
Pra que minha vida siga adiante

Adeus você
Não venha mais me negacear
Teu choro não me faz desistir
Teu riso não me faz reclinar
Acalma essa tormenta
E se agüenta, que eu vou pro meu lugar

É bom...
Às vezes se perder
Sem ter porque
Sem ter razão
É um dom...
Saber envaidecer
Por si
Saber mudar de tom

Quero não saber de cor, também
Pra que minha vida siga adiante


ADEUS VOCÊ _ LOS HERMANOS

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Por que?

Eu escrevo pra diminuir a dor que me atormenta, pra anestesiar o sofrimento, pra ancorar o coração e estancar a vazão. Eu escrevo porque me ajuda a diminuir a explosão interior, a freiar a ânsia, a dominar os impulsos. Eu escrevo, parafraseando o Caio, como um exorcismo do que há de melhor, de pior, de mais profundo e de mais sensível em mim. Eu escrevo porque sou absurdamente egocêntrica e só sei chorar os meus próprios dilemas, minhas próprias angústias. Eu escrevo porque eu só olho mesmo pro meu umbigo e é aqui dentro que eu busco inspiração. Se os dias forem alegres, teremos textos felizes. Mas nos dias cinzas, com certeza os textos reproduziram o meu momento. Eu escreve expondo minha alma, como num transbordamento do que não se pode mais conter. Eu escrevo quando nada mais me resta a fazer que não derramar todas estas coisas para fora...

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Dri, volte sempre que quiser. Sinta-se em casa!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Invariavelmente, sempre que preciso de uma luz, eu encontro nas letras da LEGIÃO URBANA. Seja porque são atuais, seja porque são profundas; não importa. Sempre existe um alento, um conselho e uma verdade óbvia mas dita como niguém mais disse nas músicas do Renato. Neste momento, não seria diferente.

Andrea Doria

Às vezes parecia que, de tanto acreditar
Em tudo que achávamos tão certo,
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais,
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro.

Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente,
Quase parecendo te ferir.

Não queria te ver assim...
Quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada.

Às vezes parecia que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto.
Até chegar o dia em que tentamos ter demais,
Vendendo fácil o que não tinha preço.

Eu sei é tudo sem sentido.
Quero ter alguém com quem conversar.
Alguém que depois não use o que eu disse
Contra mim.

Nada mais vai me ferir.
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei.
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais,
Como sei que tens também.