quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Quando as borboletas começam a bater asas

Quando as borboletas começam a bater asas dentro da gente, parece com aquela sensação de quando o juiz marca um penâlti a nosso favor na final da Copa. Parece com receber, em plena quarta-feria, no meio do expediente, um enorme presente surpresa embrulhado em um lindo papel com um laçarote vermelho, sem saber quem mandou. Parece aquela brisa que anuncia a chuva que vai cair (porque chuva no nordeste é coisa boa). Quando as borboletas começam a bater asas dentro da gente, é muito difícil controlar essa sensação, desviar o pensamento, mudar o foco, pensar em outra coisa, fazer com que elas parem. Quando as borboletas começam a bater asas dentro da gente, perde-se um pouco do tom severo que a adultice impõe, perde-se o medo de pagar mico, de ser piegas, do ridículo. Quando as borboletas começam a bater asas dentro da gente, a gente esquece o passado dolorido, esquece as feridas e cicatrizes, esquece quem é, de onde veio e o rumo que estava tomando, esquece os problemas, as dívidas, os afazeres. Quando as borboletas começam a bater asas dentro da gente, vê-se de novo arco-íris no céu, estrelas cadentes e trevos de quatro folhas. Há uma certa magia ao redor de quem tem borboletas batendo asas dentro de si e tudo que acontece ganha um encanto diferente. Há um sorriso estampado no rosto de quem tem borboletas batendo asas dentro de si, como se o farfalhar delas fizesse cócegas na alma. Há sempre um aura de serenidade, porque a sensação, embora haja essa ansiedade evidente, é de que tudo, tudo, tudo vai dar pé. Há esperança nos olhos de quem tem borboletas batendo asas dentro de si, há uma chama, há uma meiguice para consigo e para com o mundo. Há esse constante transbordamento de boas vibrações, de energia positiva, de carinho... Quando as borboletas começam a bater asas dentro da gente, só nos resta torcer para que fiquem por muito tempo porque a gente sabe que é o indício mais real da felicidade que se aproxima. A gente sabe que nem todo mundo consegue. As borboletas não vêm para todos. Mas ó: tô aqui, hein? Querendo, é só chegar!

3 comentários:

Afrodite disse...

As minhas chegaram há pouco...e nem sei bem o que fazer certas horas tamanha felicidade que elas trazem...
Vc está coberta de razão:nem pra todos elas vem!
Só pra'queles que estão disponíveis a permitir que ela vooem livres,por dentro da gente...
BeijO!

Anônimo disse...

As borboletas hão de chegar, Marcele. E tenho fé que estão bem pertinho...

Beijos! :)

Raquel

LuTTy disse...

Ouvi essa música e achei a sua cara e desse post:

"I just wanna feel real love
Feel the home that I live in
'Cause I got too much life
Running through my veins
Going to waste
..."

Felicidades,

LuTTy