sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pois é...

"Eu lembro de tudo com a nostalgia de quem pararia o mundo pra viver novamente."

(Gabito Nunes)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Gabito Nunes

Eu descobri primeiros umas citações dele, circulando pela blogosfera. Um dia desses, alguém colocou o link do blog dele Caras como eu e eu me tornei fã. Saí lendo tudo e divido agora com vocês a minhas mais nova descoberta.

Inspirado no cheiro da sua mão

Se a gente juntar com a pá migalhas e farelos, o pó e os cacos que sobraram de nós dois, acho que faz um inteiro. Será que não? E aí? Que tal? Vamos? Como soa dividir comigo essa existência idiotamente ridícula, morna, real, estúpida, bagaceira e imbecil? Vamos fazer diferente, como ninguém mais sabe fazer, só nós? Diz que vamos, vai.

Não? É tudo que preciso pra começar a te conquistar. Diz que não com os olhos cheios de esperança. Com duzentos "nãos" eu construo um castelo, uma roda gigante, uma cabaninha de lençol na sala, um altar, um amor, um sim bem grande. Com um sim entre você e eu, te roubo inteira e metade da felicidade do mundo. Diga que não, ponha uma meta no meu colo, tipo num processo de seleção feminina só pra eu provar que sou o cara.


Isso, faz assim. Se faz de labirinto quando eu me oferecer em linha reta. Diz que metade de mim, a parte amigo, tá bom, só pra me empurrar inteiro coração adentro, goela abaixo, com toda a calma do mundo. Isso, faz assim. Dá voltas e voltas e voltas na chave da tua emoção só pra eu me exibir que posso te desarmar, desarrumar sua vida e seus cabelos. Embora eu não te ame ainda, mesmo o amor não existindo, diga não e me encoraje a pôr tudo à prova.

Finge não me querer, disfarce o brilho no olhar, esconda o sorriso atrás dos cabelos, ganhe torcicolo de tanto cuidar o outro lado, mostre o cofrinho se abaixando quando eu passar rasando, fique o tempo todo pensando no jeito infalível de ganhar o Oscar de melhor "tô nem aí". Me ache chato se eu te procurar, me ache o homem da sua vida se eu sumir, me veja feio do teu lado, me veja lindo do lado das outras. Diga trocentas vezes pro espelho na sua bolsa que sou o cara mais idiota, mais engraçado, mais fajuto, mais encantador que você fingiu não gostar.

Perfeito assim. Fosse sem esses enigmas, sem esses rodeios, sem esses movimentos, sem esses contrastes eu a rejeitaria como todas as outras. Vem assim como uma onda que não se congela pra eu pegar, como uma música do Djavan. Mas alerto já que estarei esperando com os pés e o desejo de te ter pra mim descalços, esperando você se desfazer, perder energia e parar na areia, nos meus braços, no meu sofá.

Bolei um plano pra trazer você pra mim, todo inspirado no cheiro da sua mão. É mais ou menos assim: você finge me repelir como fosse eu um ex-presidiário estuprador, bagaceiro e ressentido, e eu chego arrombando sua porta, suas pernas, sua alma. Aí você se dá conta que para voar é preciso tirar o peso dos ombros, se desanda, e diz pra mim, no ouvido, com um fio de voz e outro de esperança de que seja tudo real, que isso é o maior erro do ano, que não imaginava existir tanta culpa no céu, que as pessoas ficaram mais bacanas depois que encasquetei em te querer. Tudo sorrindo mais do que seu rosto aguenta.

E devolvo, puxando com os dentes seu lóbulo, que nossa história foi escrita torta de propósito pra gente se cruzar, tudo enquanto eu babo sobre teus encantos, enquanto eu faço o sexo mais manso e mais intenso e mais irreversível e mais gostoso e mais carinhoso e mais sem camisinha e mais duradouro da sua vida, tanto que você perde seus orgasmos por birra, contrai a pélvis pra eu não gozar de pirraça, de tanta vontade de nunca mais me deixar sair de onde eu nunca deveria ter entrado.

Depois, com pequenos beijinhos e mordiscadas virando e desvirando seu corpo, virando e revirando seus olhos, convenço que os maiores amores se acertam nos erros, quando a loucura e a entrega vencem a resistência e o medo de alguma forma. Começo num beijo no canto da boca, aqueles que cabe a você decidir se acaba, ou prossegue, tá? Então, vamos? Pega na minha mão, entra no meu carro, sobe na minha garupa. Te mostro o quanto dá pra amar no caminho.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

É saudade, então...*

A saudade que eu sinto hoje é uma saudade mais leve se comparada àquela lá do começo disso. É uma saudade que, vez ou outra, senta na minha sala e me faz respirar curtinho, derramar lágrimas e olhar nossas fotos de ontens bem felizes. Essa saudade de hoje está bem longe de ser devastadora, bem longe de ser aniquiladora e prostrante. É saudade de um tempo em que as coisas eram felizes, eram calmas, eram certas. Saudade da sensação de ter alguém para/por você, alguém em que se confiava e se sabia. Alguém cujo olhar era leitura e compreensão. Alguém cuja mão encaixava perfeitamente na curva da sua cintura e por sobre quem sua perna descansava os dias. Saudade da certeza do carinho, do abraço, do cafuné, do beijo doce. Saudade da convicção do amor, da reciprocidade, do mutualismo da relação. Saudade de estar, de dividir, de fazer amor. Saudade de saber que alguém tem os braços permanentemente abertos para você e que é nesse exato refúgio que você encontra amparo e proteção. Saudade do compromisso que unia sem peso, da repetição diária da intenção de eternidade, da segurança oriunda da paz que só o amor é capaz. Saudade de ser amada assim, inteira, com olheiras, com o mau hálito, com os cabelos desgrenhados porque dormira com eles molhados... Saudade de ser de alguém, sem joguetes, sem esquemas, sem nada mais. Saudade de dividir a vida, de ser prioridade e a mulher mais incrível para alguém. Saudade de um amor que não sei nem se vou ter outra vez, mas que valeu a pena ter tido.

*"É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho
Mais perfeito que se fez"
(Acrilic on Kanvas - Legião Urbana)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Vezenquando

Eu não sei explicar bem o porquê. Sei apenas que, vezenquando, as coisas dentro de mim embolam e caem numa espiral descendente, e tocam o fundo do poço, o escuro mais escuro de dentro de mim. Sei que, quando isso acontece, eu tenho vontade de ficar sozinha, deitada, quietinha, emboladinha na minha cama, com meus travesseiros, para chorar alto, para engasgar com a dor, para me entregar ao sentimento que explode dentro de mim. Eu não sei o que causa essa tormenta, eu nem sei direito como ela começa. Ela vem de mansinho e vai cavando fundo, como se mostrasse e abrisse e tocasse o que ainda não cicatrizou, como se me alertasse para ter cuidado com o que eu desejo, com o que eu (pa)quero, porque eu preciso saber que ainda há uma ferida aberta ali, sangrando e doendo. Vem assim, sorrateiramente, para me mostrar que ainda não, que ainda é cedo, que eu não estou tão inteira e plena quanto penso. E aí, o que me resta é acreditar no que eu sinto e respeitar o momento. Eu me entrego àquela dor que me consome, eu me perco nos meus poços internos, eu me deito na lama das minhas lágrimas e espero que passe. E passa. Isso também passa.

sábado, 23 de abril de 2011

Cartas para você XXVI

Mozinho,

Hoje eu fui à Caponga com os pequenos. Hoje, depois de muito, muito, muito tempo mesmo, eu resolvi ir. Acho que a última vez, até então, deve ter sido na Semana Santa do ano passado, quando eu me dei conta do pânico de dirigir na estrada e de que eu não suportava estar lá sem você. Dessa vez, já tendo ido à Serra dirigindo, achei que fosse ser fácil. Achei que a distância temporal faria o dia ser leve. Ledo engano.

Estacionei o carro já com um engasgo, um nó na garganta, um aperto no peito. Aquele ambiente era a sua cara, era seu remanso, era seu descanso, era onde você se sentia em casa. Não mudou muito desde que você se foi, mas agora tem uma foto sua pendurada no corredor. Foto do sorriso matador. Foto do seu olhar doce. E aí, mozinho, foi muito difícil estar ali. Foi difícil estar naquele ambiente sem você. Eu me peguei inúmeras vezes esperando você aparecer, você vir me acordar na rede, você assar o churrasco e colocar o coraçãozinho de frango na minha boca. Eu esperei você rolar no chão com os meninos. Ah, Thi, como eles cresceram desde que você se foi...

Eu tentei conversar com as pessoas, rir das palhaçadas da Guigui, me divertir, mas eu simplesmente não consegui parar de pensar em você e também não consegui deixar de sentir o quão injusta essa merda de vida é sem você aqui. A pista foi duplicada quase até Pindoretama, eu nem faço mais ideia onde era a propriedade da família do seu avô e fiquei lembrando de quantas vezes, ao passar por lá, você disse que levaria seu avô para reencontrar os parentes. Seu avô está aqui, firme e forte, e você não. Os nossos amigos estão casando, comprando imóveis, comemorando conquistas, aniversários e você não está mais aqui para se alegrar com eles, para sorrir de mãos dadas comigo, para beber até dar trabalho e me arrancar gargalhadas.

Eu tentei me apegar à alegria dos pequenos, ao quanto eles gostam daquele espaço, daquele chuveirão no jardim; mas eu acabava me lembrando do seu jeito de se remexer quando ouvia um forró tocando e do jeito que você me conduzia quando a gente dançava. Tão lindo você dançando forró, mozinho! Eu me peguei lembrando de você rindo até engasgar das brincadeiras obscenas da Guigui, da sua vontade de ficar na beira do mar, do seu jeito de primeiro provar o almoço com um prato robusto e depois comer de verdade com um prato imenso. Eu lembrei das escatologias das manhãs e das muitas vezes em que dormimos na mesma rede naquela mesma varanda.

Foi muito difícil para mim estar ali sem você, mozinho. As pessoas todas continuam fazendo as mesmas coisas que sempre fizeram e eu me sentia partida ao meio, despedaçada, com essa dor lancinante, que, em determinado momento, eu simplesmente não consegui mais conter e me levou às lágrimas na frente de todo mundo.

Eu me pergunto quando é que vai parar de me revirar assim. Eu me pergunto o que mais eu preciso fazer para ser tudo suportável. Eu me pergunto quando é que eu vou deixar de sofrer porque eu não quero esse peso para sempre. Eu sinto tanto sua falta agora, Thi, que eu mal consigo escrever. As lágrimas caem sem controle e eu paro inúmeras vezes para me controlar. Eu queria tanto que nada disso tivesse acontecido, eu queria tanto ter você comigo, que eu me envergonho em contar que, num lapso de insanidade, eu barganho com o meu inconsciente.

Eu sei que hoje é mais suportável do que já foi, eu sei que agora passa mais rápido e dura menos tempo, mas nesses momentos em que a saudade me dá um caldo, eu demoro a recuperar o ar e continuo aqui, como quem se levanta depois de ser embolado por uma onda, com olhos ardendo de tanto chorar.

Amo você demais!

Moreninha

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Inferno Astral

Oficialmente, segundo a astrologia-videntes -advinhos e afins, entro hoje no meu inferno astral. Falta um mês exato para meu vigésimo nono aniversário (não espalhem a notícia, querid@s leitore(a)s). Nem sei se acredito nisso, mas sei que de ontem pra hoje me bateu um banzo. Não aconteceu nada de especial,  não vi fotos de nós dois ou de nossa família-comercial, não encontrei ninguém diferente falando ou lembrando coisas dele, não encontrei objetos dele espealhados pela casa, não há reminiscências, não houve sonho nem sensações da presença dele comigo. Não houve nada. Não sei se é uma saudade da companhia, do carinho, da sensação de pertencimento, da percepção do amor, do lugar no ombro em que eu podia simplesmente ser quem eu sou. Não sei se é um desejo intermitente de chegar logo em outro lugar que me traga essa paz. Não sei se é só uma carência, uma vontade de viver esse amor, de me sentir completa de novo. Não sei se é uma estranha sensação de que minha vida foi partida, de que estou na contramão, que não é esse o caminho certo e lógico: eu aqui, sozinha com essas duas crianças, orfãs de pai, tocando a vida, matando leões diários com as unhas encravadas na carne e seguindo exaurida e despedaçada. Não sei se é só um cansaço de ser e estar só. Não sei se é só a solidão dos meus dias, ter de resolver tudo sozinha, ter que me virar sozinha, ter de tocar as coisas mais corriqueiras e as mais extraordinárias sozinha. Não sei se é uma estafa depois de tanta luta. Não sei que mal é esse, mas eu sei que ele me deprime, makes me feel blue. Eu nem sei como tratá-lo porque eu não sei o que ele é. Eu sei tão-somente que ele está aqui, tingindo em tons de cinza meu céu que começava a ser azul.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Rindo com Matheus XXIV

Matheus está estudando na escola sobre os animais. É uma graça vê-lo aprendendo as coisas. Aí hoje ele chegou comentando:

- Mamãe, sabia que o tigre é um animal selvagem?
- Sabia, sim, meu amor. E o cachorro é o que?
- Ah, mamãe, o cachorro é um animal "doméxico" (doméstico).

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Eternamente (15 meses)

domingo, 31 de maio de 2009


Mais sobre ela

Saudade é querer estar perto de quem não está. é querer ouvir a voz, dividir a piada, sentir o calor ou os lábios. saudade é sentir falta de quem tá aqui dentro, tão entranhado que, quando ausente, fica um buraco. saudade é sentir quão profundo é o sentimento que nos une a outrem, é saber que a vida ao lado de quem nos faz falta é sempre mais doce. saudade é o negativo absoluto, não ter, não saber, não ver, não dividir... saudade é um sentimento crônico e até silencioso, que fica ali no peito disfarçado, mineirinho; mas que, num segundo, explode e se torna lancinante. saudade é perceber que algo aqueceu o coração e elevou a alma e tudo que se quer mais é voltar para esse aconchego.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Felicidade no gerúndio

A gente programa tudo direitinho: arruma a casa, as malas, o coração, a vida... Vai organizando tudo para fazer acontecer, para alcançar sonhos e metas. Vai incluindo/gerando gente nova na vida, vai colocando tudo nos lugares, cumprindo os prazos, fazendo as tarefas de casa direitinho, pagando as contas e os impostos em dia... A gente acha que tá com tudo sob controle e acaba, por conta disso, achando que é infalível. A gente tem por certo o que é efêmero. A gente aposta alto e joga todas as fichas em condicionais que simplesmente podem não acontecer. A gente vai pisando firme como se houvesse um escudo de proteção ao nosso redor, como se o mundo fosse um lugar seguro a ser desbravado, como se nada pudesse nos deter. A gente tem certeza, foco, desempenho e força de vontade e sente que tá podendo, que mata a bola no peito e faz o gol. A gente imagina antecipadamente todas as realizações, todas as conquistas, todos os méritos e sorri. A gente vai com tudo e um dia descobre que não tem poder algum, que não depende só da gente, que pode cumprir todas as obrigações e, ainda assim, tudo dar errado. A gente descobre que não está nas nossas mãos, que há sempre trocentas variáveis sobre as quais não se tem controle algum. A gente sofre quando a vida joga na nossa cara que as surpresas podem mudar todo o script. Dói ter de reescrever todos os planos e projetos. Dói ter de se reinventar, adaptar, recomeçar. Dói ter de voltar à estaca zero depois de ter caminhado tanto. Mas depois que a gente recomeça a andar, a gente entede que o destino não é importante, mas a companhia na viagem e a paisagem do caminho. Pouco importa o plano, o traçado, a meta, mais valem as alegrias cotidianas, o bate-papo, os sorrisos. A gente entende, enfim, que a felicidade se encontra no gerúndio e não, no futuro do presente; e que também de nada vale se o pretérito foi perfeito, imperfeito ou mais-que-perfeito, o que importa mesmo é o que está sendo e só.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Meus pequenos

As coisas mais fofas do meu universo inteiro...





quinta-feira, 14 de abril de 2011

Licença para viver

Será mesmo que a gente precisa de autorização? Será mesmo que a opinião dos outros importa? Será mesmo que é preciso pedir licença para viver de novo? Será mesmo que é preciso dar satisfação da sua vida, do seu particular, do seu mundinho para todo mundo? Será que eu preciso explicar que a minha história continua e que muitos capítulos ainda virão? Será que eu preciso fazer as pessoas entenderem que o momento e a hora certos dependem única e exclusivamente da minha vontade? Será que eu preciso desenhar que ninguém mais tem ingerência sobre a minha vida? Será que eu não posso me dar o direito de me permitir? de pirar um pouquinho? de tirar os pés do chão? Será mesmo que é terrível demais eu querer ter um sorriso no rosto? Será mesmo que é inconcebível querer o gostinho de sonho de novo?

Eu tenho respostas para todas essas perguntas e, por isso e por muitas coisitas más, eu vou ali e já volto, tá?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Pra já

''Não é preciso agendar, entrar em fila, contar com a sorte, acordar cedo para pegar senha: a possibilidade de recomeço está disponível o tempo todo, na maior parte dos casos. Não tem mistério, ela vem embrulhada com o papel bonito de cada instante novo, essa página em branco que olha pra gente sem ter a mínima ideia do que escolheremos escrever nas suas linhas.
O que é preciso mesmo é coragem para abrir o presente."(Ana Jacomo)

Eu bem sei o que é achar que não há mais alternativas, sei o que é viver sem ter expectativa alguma, um dia de cada vez, suportando só por hoje, inspirando e expirando e achando que o peso e a dor são demais, são para além da força que se tem. Eu bem sei como é achar que a vida perdeu o encantamento, a graça, a cor. Eu bem sei o que é deixar de viver para apenas sobreviver, sem ânimo e sem coragem. E é justamente por isso que eu posso dizer que a possibilidade de recomeço, assim, sem mais nem menos, nos é dada diariamente. Sem contraprestação alguma, sem cobrança, sem exigências. Ela vem de graça, diuturnamente, num sorriso de criança, numa mão estendida, num abraço amigo, num ombro para deitar a cabeça... Quando se está no centro da dor (e a gente fica mesmo dentro dela, porque ela não cabe na gente), a vista embotada impede que esses nuances sejam vistos, mas eles permanecem lá, nos melhores e nos piores momentos. Todos os dias, a vida nos dá lições de ser feliz, nosso maior erro é condicionar a felicidade para um SE ou um QUANDO. E, assim, acaba-se por adiar o que pode ser vivido agora. Não se sabe se SE nem se QUANDO, a gente só tem por certo o que é, o que existe, e por isso mesmo a felicidade é pra ser conjugada e vivida exclusivamente no presente do indicativo. Rabisque a folha de papel em branco que lhe é dada a cada dia, ao despertar. Faça desenhos coloridos e muitos sorrisos. Aproveite cada fresta de sol e cada gota de chuva. A gente não sabe mesmo quanto tempo tem e é exatamente por isso que devemos encarar cada dia como uma oportunidade de recomeço e de felicidade, ainda que não seja exatamente como planejamos, ainda que não esteja tudo em seus devidos lugares. Sejamos francos: quase nunca é exatamente como foi planejado, quase nunca tudo está no lugar. Então, por que não? Ser feliz é pra já!

terça-feira, 12 de abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cartas para você XXV

Thi,


Não sei explicar bem porque, mas é aos domingos que eu sinto a saudade mais doída. Saudade de não ter, não saber, não poder falar. Saudade de ter você na vida, ao lado, brincando com as crianças, deitado na cama... No corre-corre dos dias úteis, sua falta quase passa batido. Nos meus finais de semana cheios de nada para fazer, estirada na cama, ela vem devagarzinho, abre as portas do porão de dentro e vai puxando aleatoriamente as muitas lembranças de nós dois.

Eu costumava dizer para você que adorava a expressão criar laços (adoro ainda). Sinto que é bem isso que a gente faz na vida: cria laços com as pessoas. Cada momento, cada alegria vivida ou lágrima derramada junto, cada abraço, cada beijo, cada vitória dividida, cada vez que se quebra um galho para alguém, sua fita e a fita do outro se unem num laço. Ao longo da vida, eles são muitos. E quantos mais laços se tem com alguém, maior é o vínculo também, mais forte é aquilo que prende ao outro. Você gostava das minhas metáforas, lembra, bebeim?

Quando a gente perde alguém assim, de repente, esses laços não somem instantaneamente. A sensação que se tem é de que eles continuam ali, prendendo aquelas vidas. Quem fica, tem a impressão de que permanece naquele emaranhado, de que tudo que construiu com aquela pessoa que se foi ainda existe. É física a sensação, é real. Muito lentamente, os laços afrouxam e se soltam. Grande parte dessas lembranças, desses momentos, daquilo tudo que unia vai permanecer na memória; mas não será mais laço.

É sempre aos domingos que eu tenho inundações de lembranças e que percebo o quão frouxos nossos laços estão agora. É sempre aos domingos que eu vejo e realizo o quanto de você já perdi. E dói. Dói porque não foi escolha minha nem sua. Dói porque foi prematuro, no meio de tantos sonhos, num ano que era pra ser incrível, às vésperas de tantos novos laços serem dados. Dói de um jeito estranho e inexplicável. Dói a despeito da tranquilidade que me ronda, da calma que é presença, da alegria dos pequenos. Dói a despeito das cosquinhas no coração e do sorriso no rosto. Dói assim, como eu disse no post sobre o outro domingo, sem me dobrar, sem me envergar, sem me turvar a visão, sem me tirar o ar dos pulmões, mas dói.

Logo depois do janeiro trágico, Thi, tudo que eu queria era chegar no muito depois disso, tempo em que seria tudo suportável. Agora que é tudo suportável, que eu encontrei um jeito de fazer a dor caber e se acomodar em mim, eu penso que eu não quero tirar você daqui, eu não quero esquecer os nosso melhores momentos e os laços que atamos e, ao mesmo tempo, eu sinto que é hora de deixar você ir, deixar muita coisa esvanecer, amarelar na parede da memória, deixar as fitas que nos prendem se soltarem.

De alguma forma, eu sinto que dói em você não estar mais aqui, que você sente essa saudade e essa angústia. De algum jeito meio cético-racional-descrente, eu sei que você sente demais nossa falta e queria estar presente, assim como eu acho que o que eu digoqescrevo chega até você.

Sabe, mozinho, uma das coisas mais marcantes em você era a resolutividade. Você sabia, como poucos, desenrolar os problemas, enfrentá-los, solucioná-los e sabia também reconhecer o que era sem solução. A nossa separação, nesse tempo-espaço em que estou, é irreversível, Thi. Não tem jeito. E eu preciso seguir por aqui sem você e você precisa seguir sem a gente onde quer que esteja.

Você será sempre uma linda história, o pai das crianças, um grande amor, um homem incrível, um amigo inesquecível, um médico maravilhoso; mas não será mais meu companheiro, meu confidente, meu marido, meu amante e essa constatação dói. Mesmo doendo, os laços estão frouxos e se desfazendo. Mesmo doendo, eu não tenho como reatá-los. Mesmo doendo, mesmo sem querer, mesmo sem convicção religiosa alguma, eu sinto que você existe em algum lugar e eu preciso que você entenda que esse é o curso natural das coisas, é o que dá pra fazer. É preciso encontrar novos motivos para viver e ser feliz, meu amor.

Não sei se a gente vai se encontrar algum dia, em algum lugar. Não sei se um dia estarei convencida de que essa perda, esse sofrimento e essa dor tem uma justificativa razoável. Não sei se estarei certa de que havia uma missão para você e outra para mim e que nosso destino nos unia só até o janeiro trágico. Não sei se um dia estarei conformada a ponto de não sentir mais revolta, de não questionar mais nada. Mas, com você, com a nossa convivência e com os laços que tínhamos, eu aprendi a ser resiliente e resolutiva. Por isso, meu amor, por mim, pelos pequenos, pela vida que segue e me chama, eu abro portas e janelas e deixo o sol entrar.

Eu penso sempre na sua música preferida, que tocou na sua missa e tento, através dela, me conformar: "E quando eu tiver saído para fora do teu círculo, tempo tempo tempo tempo, não serei nem terás sido. Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos, tempo tempo tempo tempo, num outro tipo de vínculo". Quem sabe, Thi, seja isso mesmo: um outro tipo de vínculo.
 
Amo você demais!
 
Moreninha
 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Eu sou a melhor mãe que posso ser

Hoje é dia de blogagem coletiva. Muitos blogs vão falar sobre maternidade real, sobre os desafios e delícias de ser mãe. Por ser um tema que toca profundamente e por ser essa tarefa a razão de ser da minha vida, eu não pude me esquivar de escrever.

Eu sempre fui o oposto do que se chama maternal. Eu via crianças correndo e pulando e chorando e sorrindo, eu via crianças calminhas e elétricas, eu via crianças e bebês fofos por todos os lados e elas não me despertavam o instinto, sabe? Eu me preocupava com minhas notas, com atividades revolucionárias (isso é assunto para outro post), com política, com paqueras, com festas e mais tarde, com meu futuro profissional. Eu tinha um histórico de ovário micropolicístico e útero retrovertido, o que, disseram, seria complicador quando eu desejasse engravidar, então, eu nem pensava nisso, não tinha a menor vontade.

Aí, como eu disse no post de ontem, num dia qualquer, num exame de rotina, numa consulta com um médico estranho, no último semestre da faculdade, aos 23 anos, no meio de um engodo com o ex-namorado, eu recebi a notícia de que estava grávida. E, apesar de não ser uma pessoa religiosa, apesar de ser pragmática e racional, apesar de sentir, naquele momento da notícia, o mundo mais ou menos sair da rotação normal, eu tive certeza de que o Matheus nasceria e que seria meu filho. Naquela oportunidade, eu achei que ele poderia ser minha única oportunidade de ser mãe e eu não estava nem um pouco preocupada com o que meus pais, meu ex-namorado-futuro-marido, minha família e a família dele iriam falar. Eu queria aquele bebê. E foi assim que a minha vida mudou completamente pela primeira vez.

Juntamente com a maternidade, eu me tornei uma profissional. Juntamente com a maternidade, eu me tornei esposa. Juntamente com a maternidade, eu me tornei dona de casa. E é por isso que eu digo que foi a primeira vez que minha vida mudou. Eu não queria perder nenhum aspecto daquilo que eu sempe fui e conciliar todas estas funções, que caíram sobre mim de uma vez só, foi um trabalho delicioso. Dois anos depois de descobrir a gravidez do Matheus, eu descobri que esperava o Thomás. E, com eles dois na minha vida, eu descobri que me tornei uma pessoa melhor, mais altruísta, mais sensível, mais solidária, mais amiga.

Ter filhos dá uma razão para viver, é ter por quem manter os pés no chão e a cabeça na lua. Ter filhos cria nós cegos na relação com quem você ama, fortalece, une, reforça. Ter filhos é ter todo dia motivo para sorrir, para se orgulhar de cada conquista, é descobrir o mundo de novo, é aprender a falar de novo, é descobrir sabores, gostos, cores, números, letras tudo de novo. Ter filhos é aprender muito mais que ensinar; é crescer muito mais que ajudar; é receber muito mais que se dá. Ter filho é vivenciar um amor que não tem limite, que não tem fronteira, que não tem fim, aquele que faz qualquer coisa, aquele que vara madrugada adentro insone e percorre qualquer caminho tortuoso. Ter filho é expandir, é progredir, é ir além do que se é.

Eu vivia tranquila e feliz essa vida à quatro: eu, ele e os dois pequenos. Até que um acidente fatal tirou ele do nosso convívio e a minha vida mudou completamente pela segunda vez. A dor que eu senti, a sensação de que puxaram meu tapete, de injustiça, de revolta, de irresignação não tem tamanho e já foram objetos de algumas dezenas de posts aqui. Aquelas funções de que eu falei, depois do janeiro trágico, dobraram e eu tinha, mais uma vez, que me adaptar a elas, só que dessa vez carregando dentro de mim uma dor que me dobrava, que dilacerava meu coração, que me revirava inteira por dentro e me causava a sensação de estar sufocando a cada inspiração.

Nesse segundo momento, ter filhos foi poder ter sanidade mental e motivo para prosseguir, enfrentar a burocracia, a papelada, as dificuldades de grana, responder perguntas de uma criança de três anos enlutada e sofrendo a falta do pai mais carinhoso do mundo que tinha. A maternidade fez coisas extraordinárias por mim nesse período, curou minhas feridas, enxugou minhas lágrimas, me arrancou gargalhadas quando os olhos ainda estavam vermelhos e inchados. A maternidade me colocou no prumo, me fez assumir o volante da nossas vidas, me fez permanecer com os pés no chão e me devolveu a esperança de que coisas boas ainda estão porvir.

Por isso tudo e por muito mais, eu tento diariamente ser a melhor mãe que eu posso ser, sem deixar de ser a mulher que eu sou, tentando ao máximo fazê-los indepentes, resolvidos, sem traumas significativos, sem dores... Todos os dias eu encho meus pequenos de amor para que eles se sintam seguros e inteiros, para que entendam que uma fatalidade nos tirou o pai deles, mas que ainda assim somos uma família feliz. Todos os dias eu me esforço para ensiná-los a ser gente e aprendo inúmeras lições, principalmente que as melhores coisas da vida são simples, são corriqueiras e estão aqui, ao alcance do nosso abraço.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Republico

sexta-feira, 21 de agosto de 2009


É a sensação, enfim, de estar completo

A gente passa a vida inteira procurando esta sensação de plenitude, de completude, de felicidade. A gente vive essa ânsia e esse desconforto. A gente busca em outras coisas a razão de ser, o motivo para estar aqui. A gente pensa em virar mesas, em mudar o mundo, em causas sociais, em religiões, em filosofias, em política... A gente busca, a gente procura, a gente revira cada pedra do moinho e cada acontecimento marcante a fim de descobrir para que e o porquê de estar aqui nesse mundo louco e árido e cruel e injusto e violento. A gente cai nas histórias mal contadas. A gente dá cem vezes com a porta na cara. A gente bate a cabeça na parede com gosto de gás. A gente afoga magoas, entorna garrafas, usa drogas pesadas... E o vazio continua lá.

Até que um dia, num exame de rotina, quando menos se esperava, quando você estava mais abarrotada de coisas pra fazer, quando seu celular tinha descarregado, quando você nem mais acreditava que era possível, quando não era o melhor momento, quando você absolutamente não tinha planejado nada, você recebe a notícia de um médico desconhecido: "Parabéns, Doutora! A senhora está grávida!".

Depois do susto, depois do medo, depois do parto, depois de anos, você descobre que era para isso, era essa a razão de ser, era isso que você procurava. Não sei precisar o momento certo em que essa epifania ocorre. Não sei se à primeira vista, ao primeiro choro, na primeira noite insone, quando o sorriso dele mostra o reconhecimento desse laço infinito ou se quando ele expressa o amor que sente em gestos diminutos como seu tamanho. Não sei. A Ivete diz que agora já sabe, eu prefiro um poema do Pedro Lyra que me traduz:

Soneto do Amor Nascendo

Começa.
É a própria vida que começa
(ou recomeça)
ao talhe de um clarão.

E raia
esplende
espalha-se no mundo
como se nunca mais fosse apagar-se.

Tudo realça além do seu sentido.
O ser encontra em outro a sua razão.
Agora é desfrutar
conter o tempo
entre os dedos
os lábios
ou as coxas.

Só para isso vale ter nascido.

Tudo que nos faltava nos acorre
num desafio

num toque
num sussurro
que o outro retribui
maravilhado.

É a sensação, enfim, de estar completo
num mundo que, afinal, se justifica.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

É só saudade

Eu tava facebookeando quando me deparei com a foto a seguir:


E fiz o comentário de que o sorriso era matador. Era mesmo. Turma da faculdade dele aí. Nessa época a gente nem tava namorando. Foi a fase de solteiro pegador dele com essa turma toda que estava na mesma vibe. Todo mundo tinha acabado namoros de muito tempo.

É engraçado ver essa foto de um momento em que eu nem estava presente, em um momento em que eu nem era dele e ainda assim doer uma pontada dentro de mim. Eu olho e me pergunto como pode ele não estar mais no mundo. Eu olho e escuto no fundo da minha memória auditiva a gargalhada que ele deve ter dado para sair assim, com os olhinhos quase fechados na foto. Eu olho e me lembro perfeitamente do jeito dele enxugando o suor da testa (detalhe muito bem ressaltado pelo Pedro, que publicou a foto no FB e tá aí, de branco - aumenta a foto que dá pra ver).

Dói sabe? Uma dor de saudade, de irresignação, de abraçar apertado até sufocar como quem diz "você faz tanta falta", de beijar profundo e intenso como quem diz "eu te amo", de estar perto, só estar perto sem tocar e a observar todos os trejeitos, cada detalhe, cada linha e marca no rosto, o formato de cada parte do corpo que eu sei de cor, mas queria ver de novo.

A foto me deu saudade, gente, e é só.

terça-feira, 5 de abril de 2011

"It's like when a storm is over. Is it happiness? Or is it just a relief?"

Eu vi essa frase ontem lá no meio daquelas atualizações do Facebook e fiquei pensando, pensando, pensando... A verdade é que não dá pra saber. A sensação de calmaria e de alívio, a alegria com a sobrevivência, o reconhecimento da força, o mérito pela superação, a experiência, tudo isso vem como avalanche com o fim da tempestade. É certo que a visão fica embotada, a razão fica meio esquecida num canto qualquer e o principal guia é mesmo tão somente o sexto sentido, que impele a gente a seguir sem ter esperança nem perspectiva alguma.

É fato. Há um alívio quando se sobrevive. A gente se dá conta de que é capaz de ir muito depois do final do além, como diria uma música do Moska. A gente entende que mesmo doendo tudo, mesmo ofegante, mesmo com lágrimas nos olhos, mesmo com um peso sobrehumano nas costas, mesmo ferido em cortes e talhos hemorrágicos, mesmo sem querer, mesmo com dúvidas e medo e descrente, mesmo sem saber porquê, mesmo sem entender o mundo e achar que estamos todos perdidos no caos, a gente consegue. Dificílimo, mas quem sobrevive, sai muito maior de tudo isso.

Aí, vem a percepção da simplicidade da felicidade. As duas coisas não rimam por acaso. É preciso muito pouco mesmo. Menos, muito menos do que você imagina. É preciso só saúde e disposição para enxergar as coisas como elas são; não gastar tempo e energia com o que não vale a pena e está fadado a dar errado. A gente aprende a pesar direito o valor de cada coisa, a colocar cada problema, queixa, intempérie em seu devido lugar e seguir sem que nada de pequeno abale o viver. Não é possível se livrar das frustrações, das perdas, das lágrimas, das dores. É do viver sentir isso tudo. Mas a gente entende enfim que a vida é muito maior. Aí, ah e aí, você descobre que pode ser feliz sim, mesmo tendo sobrevivido ao pior de tudo. E aí, você é.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Rindo com Matheus XXIII

Eu, Matheus e Thomás rolando na cama e fingindo que éramos super-heróis e personagens de desenho. Matheus para e me pergunta:

- Mãe, quem é você?
- Hã?
- Quem é você, mamãe?
- Eu sou a Margarida.
- Não, mãe, você não pode ser a Margarida porque Margarida é um tipo de manteiga.

(Margarina, né? Nada a ver com manteiga, mas me diz como não matar de beijo???)

domingo, 3 de abril de 2011

Vai sim, vai ser sempre assim...


Vai sim, vai ser sempre assim
A sua falta vai me incomodar,
E quando eu não agüentar mais
Vou chorar baixinho, pra ninguém ouvir.
Vai sim, vai ser sempre assim,
Um pra cada lado, como você quis
E eu vou me acostumar,
Quem sabe até gostar de mim.
Mesmo que eu tenha que mudar
Móveis e lembranças do lugar,
O meu olhar ainda vê o seu
Me devorando bem devagar.
Vem, que eu ainda quero, vem.
Quando menos espero a saudade vem
E me dá essa vontade, vem
Que eu ainda sinto frio
Sem você é tudo tão vazio
Vem me dar essa vontade,
Vem que esse amor ainda é meu.
Troco todos os meus planos por um beijo seu
E essa noite pode terminar bem.

sábado, 2 de abril de 2011

Porque aqui em casa funciona assim:

Quem suja, limpa!




E os dois pequenos com o Doki:

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Rindo com Matheus XXII

Eu, Matheus e Thomás na sala, conversando, rindo, brincando... Aí, eu pergunto ao pequeno:

Eu: Quem é o neném dessa casa, Thomás?
Thomás: ...
Matheus: É o Thomás!!!

Eu: Quem é a mamãe dessa casa, Thomás?
Thomás: ...
Matheus: É você, num é, mamãe?
Eu: É sim!

Duas perguntas sem resposta de quem eu queria que respondesse. Acho que ele não gostou da brincadeira e eu já tava pensando qual seria a próxima, quando o Matheus grita:

"QUEM É O QUASE ADULTO DESSA CASA? QUEM É QUEM É? EEEEEEEUUUU!"