domingo, 25 de outubro de 2009

Just Married

Todo mundo tem amigos que gosta e quer bem. Tem os da escola, os da vizinhança, os da faculdade, os do trabalho... Mas dentre os amigos, tem aqueles que são como família pra gente, que são como extensões de nós mesmos. Por eles, a gente atravessa o país para passar o fim de semana fazendo confidências e bebendo um cervejinha num boteco. São eles que estão presentes nos grandes momentos da vida. Por eles, a gente também torra alguns reais na conta telefônica para dividir felicidade. É justamente para estes amigos que ligamos quando nos deparamos com as grandes encruzilhadas, momentos em que a vida dá uma reviravolta e em que a gente precisa de alguém pra nos substituir num plantão ou para ajudar a escolher entre duas opções diametralmente opostas. São as pessoas que dizem a coisa certa na hora certa. Dizem o que você precisa fazer e não o que quer ouvir. São as pessoas que a gente escolhe para ser padrinho do filho. São as pessoas que a gente tem certeza que vai carregar dentro de si para sempre. São as pessoas com quem a gente conta e confia os segredos mais íntimos. São as pessoas que nos fazem gargalhar, mesmo quando nos acordam de madrugada numa ligação DDD decorrente de embriaguez, mesmo quando apontam os nossos defeitos mais terríveis, mesmo quando não sabem exprimir o que sentem... São as pessoas que tornam a vida mais feliz e com quem a gente quer estar por perto sempre, se ja num luxuoso apartamento na capital paulista ou num cai duro na esquina. Temos poucas pessoas assim em nossas vidas.

Todavia, quando duas destas pessoas, tão especiais, tão queridas, tão amigas, tão nossas, se escolhem para construir uma vida juntos, resolvem se casar; não é possível exprimir em palavras cognoscíveis o sentimento que faz meu coração palpitar e meus olhos se encherem de lágrimas. Eu só consigo dizer que eu desejo, com todas as minhas forças, que sejam felizes PARA SEMPRE. E isso ainda é muito pouco perto da grandeza da convicção de que são mesmo o que há de melhor no mundo inteiro um para o outro.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Amy e eu

Marido baixou os CDS da Amy. Tenho ouvido muito.

When will we get the time to be just friends
It's never safe for us not even in the evening
‘cos I've been drinking
Not in the morning where your shit works
It's always dangerous when everybody's sleeping
And I've been thinking
Can we be alone?
Can we be alone?

When will we get the time to be just friends
When will we get the time to be just friends

And no I'm not ashamed but the guilt will kill you
If she don't first
I'll never love you like her
Though we need to find the time
To just do this shit together
For it gets worse
I wanna touch you
But that just hurts

When will we get the time to be just just friends
When will we get the time to be just friends, just friends
When will we get the time to be just friends, just friends
When will we get the time to be just friends, just friends
Just friends

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Silêncio

Tem dias em que a gente acorda de lundú. Tem dias em que a convivência é insuportável. Vozes humanas são intoleráveis, qualquer pergunta é um atentado a sua inteligência. Se você pudesse apertava o botão "mute" de todos aqueles que estão ao seu redor para ficar um pouco sozinho consigo mesmo. Para falar a verdade, até consigo é difícil de ficar. Se você pudesse, se expulsava de dentro de si e ficaria feliz com o vácuo, com o silêncio, com o oco. Porque até ouvir os próprios pensamentos cansa em alguns dias.

"Silêncio, por favor,
enquanto esqueço um pouco a dor do peito
Não diga nada sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
uma pausa de mil compassos"


(Para ver as meninas - Marisa Monte)

domingo, 18 de outubro de 2009

love is all you need

Acredite: você não precisa de milhares de reais caindo na conta. Não precisa de carro de luxo importado. Não precisa de lençóis de seda (nem dos de percal 180 fios, você precisa). Você não precisa de uma cobertura duplex de frente para o mar nem de empregados atendendo todos seus desejos. Você não precisa de um iate nem de uma ilha em Angra dos Reis. Você não precisa da vida que aparece na Caras. Você não precisa daquele homem romântico-bonito-bem vestido-bem sucedido-engraçado-bom de cama-apaixonado que aparece na novela das oito. Você não precisa de homem nenhum. Você não precisa das roupas que estampam revistas nem dos sapatos com solados vermelhos. Você não precisa do cabelo das estrelas, da maquiagem mais cara, dos melhores pincéis e produtos cosméticos. Você não precisa de nada disso.

Para ser feliz e se sentir plena você só precisa de uma coisa. Aquela coisa que faz a gente sorrir no meio de uma tempestade. Aquilo que aquece o coração em dias mais frios. Aquilo que faz a voz ficar embargada no frente de uma platéia. Aquilo que faz os dias mais coloridos, a alma mais leve, a vida mais fácil. Aquilo que faz você acreditar em si e nos outors. Aquilo que faz a gente perseverar na crença de que o mundo tem jeito. Você e eu, e cada pessoa no mundo, só precisa de amor. Amor por si e pelos outros. Só isso.

Reflita. Em cada recordação saudosa que temos, ele estava presente, nas suas diferentes formas de se manifestar. Em cada momento feliz de nossas vidas, ele estava lá. Na melhor viagem, nas férias inesquecíveis, nos tempos de escola, nas brincadeiras de criança, na casa da vovó, na rede de frente pro mar, na conchinha na cama... Acredite: ALL WE NEED IS LOVE!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dividindo



Tudo que havia de mais importante no mundo inteiro estava atrás daquela mesa, ontem. Tudo que eu mais amo na minha vida simplória, todos aqueles que me fazem sorrir a cada dia, aqueles que fazem meu coração bater acelerado e se dissolver, aqueles que deram um sentido único à minha vida, aqueles que transformaram a minha relação com o mundo.

Nestes momentos é que eu percebo com clareza que tenho realmente uma vida PERFEITA, motivo pelo qual lamentações não têm lugar.

(Festa de aniversário do Thomás - 14/10/2009)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Overpensamento

Momentos em que eu peso a vida inteira e minhas escolhas. Momentos em que eu vejo o meu caminho e o horizonte. Momentos em que eu reflito sobre o porquê de estar aqui e de merecer tantas coisas boas. Há momentos em que dá vontade de correr pra barra da saia da mamãe e, em outros, a vontade é de correr para o mar e me jogar nas coisas. Dá vontade de pular de alegria, de rir até escorrerem as lágrimas e também dá vontade de chorar. Tenho vontade de afogar minha cabeça num colo tranquilo e receber cafuné, mas também de abusar da volúpia morena das minhas ancas. Tenho meus momentos de ansiedade, em que esfolo minhas cutículas e faço o sangue escorrer dos cantinhos das unhas. Tenho momentos de agitação, em que não consigo parar quieta e minha cabeça gira a 5000 rpm, soltando fumaça e me impedindo de dormir. Tenho, contudo, meus momentos introspectivos, em que meu melhor amigo é meu próprio umbigo, em que só eu mesma consigo resolver minhas equações. Tenho momentos de multidão, de aglomeração e de simpatia. Tenho momentos de mulherzinha, dona-de-casa, cozinheira, mãe de família. Momentos de profisssional, independente e feminista. Tenho meus momentos revolucionária à cubana e de consumista e burguesa. Eu sou uma ambiguidade coerente, eu sou um retrocesso vanguardista, sou uma libertação coercitiva, sou uma explosão discreta, sou uma confusão ensimesmada. Eu sou tudo e não sou nada.

domingo, 4 de outubro de 2009

DA SAUDADE

"No dia em que eu fui mais feliz
eu vi um avião se espelhar no seu olhar até sumir.
De lá pra cá, não sei.
Caminho ao longo do canal.
Faço longas cartas pra ninguém
e o inverno no Leblon é quase glacial.
Há algo que jamais se esclareceu:
onde foi exatamente que larguei naquele dia mesmo
o leão que sempre cavalguei.
Lá mesmo esqueci que o destino sempre me quis só.
No deserto, sem saudade, sem remorso, só.
Sem amarras, barco embriagado ao mar.
Não sei o que em mim só quer me lembrar
que o céu reuniu-se à terra um instante por nós dois
pouco antes do ocidente se assombrar"




Num dia em que eu fui extremamente feliz, eu sentei num avião com o coração chorando de saudade. De lá pra cá, era só ansiedade e uma vontade premente de encontrar aquilo que eu tinha deixado pra trás numa viagem de oportunidades. A vulnerabilidade era tanta e tão irracional que se sobrepunha à consciente e sensível felicidade cotidiana. É algo que jamais se esclarecerá. Só sei que em mim, teima em lembrar que o céu é aqui na terra num lugar que eu chamo de lar.