segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mais do mesmo

Estancou. É fato. O sangue não jorra mais da ferida. Mas ainda lateja numa dor que pulsa e não me deixa me enganar. É tudo hematoma, é tudo trauma, é tudo inchaço. Ele vem com gelo, assopros, água benta, reza, choros e velas. Ele vem, com o conhecimento que lhe é próprio, curar o que não tem cura. Ele vem com beijos, cafuné, pedidos de desculpas... Ele vem chorando baixinho e pedindo por favor... Ele vem mostrando o castelo que erguemos, contando da torre mais alta onde vivemos... Ele vem de cavalo branco e espada pedindo pra ficar. E eu deixo.

sábado, 28 de novembro de 2009

Brecha de céu azul em meio à tempestade

Quando tudo estiver atribulado, quando o mundo parecer caótico, quando a visão estiver embaçada, quando as idéias forem embaralhadas, quando nada parecer fazer sentido, quando aparentemente tudo estiver perdido, quando a coerência for inconclusa, quando não houver luz no fim do túnel, quando não se souber o passo seguinte a dar, quando não se sabe mais o que fazer, quando o céu estiver nublado; que, ainda assim, haja para você uma brecha de céu azul, uma brisa mais amena, uma lanterna com pilhas alcalinas, um simples cafuné, uma massagem no pé, uma passagem secreta, um ombro amigo com uma camisa reserva, porque chorar, com certeza, será preciso, mas esmorecer jamais!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Desmoronando

Como se a mão do mais talentoso artista produzisse a mais bela pintura, a mais rica em detalhes, com sombras e luzes, com todos os matizes, com toda a cartela de cores, mas com tinta guache e alguém jogasse na tela um jato d'água.

Constatação

Não quero ser a corda à que te agarras para não cair no poço sem fundo de tua alma. Não quero ser a muleta que te equilibra e te mantém de pé. Não quero ser o parapeito que te impede de cair no precipício. Não quero ser o beco pelo qual escapoles da periferia de ti. Não quero ser tua válvula de escape, tua brecha de mundo que te permite viver a vida dos homens. Não quero ser teu último recurso, a última tentativa, o tudo ou nada. Não quero assumir o risco nem carregar a culpa. Não quero conviver com este encargo, não posso. Não quero ser aquilo que te oprime e te mantém longe de teus instintos. Não quero... Não vou.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cai como uma luva

Quando a gente decide, e isso é mesmo uma questão de decidir, o que importa é encontrar soluções. E a solução aqui não é procurar quem fez o que, mas o que precisa ser feito. Mas talvez sentar e esperar a saída cair como chuva na sua cabeça seja, pra você, a solução ideal. Pois espera chover. Eu vou continuar te amando. Só não sei se vou continuar aqui, esperando.

FROM: http://prahoje.com.br/copas/

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Seu orkut me disse!

A pontualidade é a virtude dos entediados (mas se você for a uma entrevista de emprego, não se atrase)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Um dia eu aprendo...

... a amar com cautela.
... a pensar três vezes antes de explodir em palavras ácidas.
... a distribuir sorrisos com desconhecidos.
... a colocar as coisas na balança antes de agir.
... a medir as palavras.
... a me concentrar em uma coisa de cada vez.
... a não querer tudo ao mesmo tempo agora.
... a ter mais tempo pra cuidar de mim.
... a ter mais tempo pra cuidar dos meus.
... a não me iludir com palavras doces.
... a não acreditar em tudo que me dizem.
... a perceber quando as pessoas são falsas.
... a retribuir sinceridade, amor, atenção.
... a planejar o futuro.
... a guardar dinheiro para o amanhã.
... a não me deixar levar pela volúpia da palavra PROMOÇÃO.
... a fazer somente o bem.
... a desejar somente o bem.
... a estar presente na vida de todos aqueles que amo.
... a sair da rotina sem sair do lugar.
... a não desejar o impossível.
... a não tapar o sol com a peneira.
... a não fingir.
... e "quando mentir for preciso, poder falar a verdade"

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Mais uma da série faça-o-que-eu-digo

Lição de terça-feira: Não pense, não planeje, não programe, não preveja, não premedite, não tente antever o final, não sofra por antecipação, não antecipe os problemas, não seja ansiosa, não se adiante aos acontecimentos, não coloque a carroça na frente dos bois, enfim, não conte com o ovo no _ _ da galinha!

domingo, 15 de novembro de 2009

Antes de ser eu, sou mãe.

Antes de desejar qualquer coisa, satisfaço os seus desejos.
Antes de descansar como os justos, nino seu sono.
Antes de chorar meus problemas no travesseiro, seco suas lágrimas.
Antes de me alimentar, mato sua fome.
Antes de realizar meus sonhos, faço sua vida tranquila.
Antes de me perder em aventuras, sigo sua rotina.
Antes de pensar em mim, penso em voê.
Antes de agir por impulso, faço o que lhe é conveniente.
Antes de abrir a boca, penso em palavras doces para seus ouvidos.

E nessa busca constante por ser aquilo que você merece ter, muitas vezes me perco de mim e caminho sempre com o peso do medo de fazer algum mal, de deixar algum trauma encravado na sua alma. Tento, com as forças humanas que possuo, protegê-lo ao máximo, ainda que isso signifique me expor aos perigos e tormentas do mundo-cão. Ainda que me falte, ainda que eu deseje mais, ainda que eu sinta fome, o que importa é o seu mundo estar completo, meu filho.

(Porque o post anterior me inspirou)

sábado, 14 de novembro de 2009

Do blog para Francisco

Vestindo você.

Chego em casa com você nos meus braços e vou vesti-lo enquanto você dorme. O ritmo das minhas mãos pelo seu corpo canta um amor doído de tanto. Busco seus braços, pernas, pescoço e cabeça com um cuidado silencioso que vela o seu sono, enquanto o meu pensamento voa além da sua pele para chegar ao futuro – não sem antes passear pelo que ficou para trás. O que me dói agora não importa: sou mãe. E é um amor impensado e impensante que conduz meus braços a tomá-lo de novo em direção à cama. Na casa quieta, gritam os meus medos e buracos. Dói o fantasma da minha própria ausência. Embora às vezes eu sinta que já falto, sim, quando voo para longe com o que não dou conta. Quisera eu ser uma mãe plena de mim, sem o peso de tantos desejos, sem a sombra medrosa de nunca mais ter um gosto real de família. Visto você de sonhos e força. E o protejo com o cobertor que me falta. Choro a falta de um colo, mas só depois de colocar você na cama. Antes de pensar ou sentir, sou sua mãe. Posso até não viver em mim, mas você vive. Antes de ser eu, sou mãe.


Ela não sabe de nada disso, mas eu me sinto exatamente assim!

Para o SE

... e se tudo mais der errado; se me acometer uma doença grave; se o desejo sumir; se a vida for cruel com a gente; se nada mais no mundo fizer sentido; se nossos amigos forem pra mais longe; se o céu desabar sobre nossas cabeças; se o sol não surgir no amanhã e se não tiver mais luz no fim do túnel, por favor, senta ao meu lado e segura minha mão como se ela fosse sua tábua de salvação e me deixa chorar as lágrimas que eu precisar despejar no seu ombro.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

The sweetest thing



Não sei mais o que dizer

terça-feira, 3 de novembro de 2009

caindo em mim

Engraçado como as voltas que a vida dá são o meio mais eficaz de nos mostrar que tudo aquilo que tinhamos por certo, na verdade, não passava de uma ilusão. Tudo aquilo que era concreto, agora é areia movediça. Aquilo que era seguro, agora dá frio na barriga. Aquilo que fazíamos por hábito, hoje nos amedronta. Aquilo que era prazeroso, traz agora um sentimento de culpa.

E a vida vai nos ensinando...

domingo, 1 de novembro de 2009

Para saber mais de mim

Não sou a mais simpática nem a mais difícil de conquistar. Não sou a mais inteligente nem a desprovida de informações. Não sou a mais bonita nem a de se jogar fora. Não sou a hors concours, mas em geral dou um caldo. Não sou a mais focada, mas também não me disperso. Não sou a revolucionária, nem a reacionária. Não sou a primeira nem a última. Não sou a superdotada nem a retardada. Não sou a unânime nem a rechaçada. Não sou a mais querida, nem a mais detestada. Não sou ousada nem tímida. Não sou a vanguarda nem fico na retaguarda. Não sou a que grita nem a que sussurra. Não sou a que desmaia, mas também não aguento todos os trancos. Não sou a durona nem a que se derrete em lágrimas. Não sou a mais carinhosa nem a mal-educada. Não sou feminista nem machista. Não sou famosa nem passo despercebida. Não sou romântica, mas gosto de alguns clichês. Não sou sem sal e uma pimentinha me cai bem. Não sou cortês sempre, não sou fina sempre, sei descer do salto, sei gritar mais alto, sei bater uns pratos. Não sou a tolerante nem explosiva, mas engulo meus sapos quando preciso. Eu sou a maioria, eu sou a classe média, eu sou o senso comum, eu sou o juízo normal, eu sou o corriqueiro, eu sou a democracia, eu sou o homem médio. Eu sou.