terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Lamentando

Nessa vida louca que a gente leva, eu pude observar algumas coisas sobre as relações e sobre os laços que formamos. A gente pode até conviver com todo tipo de gente, mas só se aproxima de pessoas semelhantes, só cria laços com parecidos. Quanto maior a quantidade de características e interesses e assuntos em comum, maior também será o grau de amizade e afeto.

Algumas relações duram anos, mas depois de acabado o vínculo único que se tinha, elas simplesmente desaparecem. É muito provavelmente isso que aconteceu com aquele seu melhor amigo do curso de inglês da adolescência, ou com aquele colega do trabalho anterior. Você não deixa de gostar daquela pessoa, mas ela só fazia parte da sua vida por um único motivo e, quando o motivo não existe mais, nada resta da relação que se tinha.

De fato, é muito difícil acumular alguns melhores amigos ao longo da vida. Porque para estes há interesses em comum que se modificam ao longo do tempo, que vão acompanhando sua trajetória. Você muda, a pessoa também muda e continua ao seu lado. A maior parte das pessoas não conta os amigos verdadeiros que tem em uma única mão (eu tive mais sorte). Mesmo assim, mesmo sabendo que tenho muitos amigos por aqui e por aí, não consigo deixar de sofrer quando vejo alguém que entrou na minha vida com ares de longevidade se afastando deliberadamente.

Admito que perder dói, ainda mais quando a convivência era assídua e parte da rotina. Admito que gostaria de reter, prender aqui e impedir o que eu vejo acontecer. Mas eu já vi esse filme antes, em que eu gritava "nós éramos amigos!" e ouvia "mas isso foi em outra época"; e eu dizia "mas eu continuo sendo" e ouvi "eu também, só que de um jeito diferente!". E como eu já sei o final da história, nem arranco meus cabelos por isso. Mas eu lamento. Só lamento.

3 comentários:

Cele disse...

A verdade se coaduna com o post anterior. A gente não deve dar murro em ponta de faca. Quem quer ir embora, vai... Nem adianta!

Anônimo disse...

Calmamente ela desistia das pessoas. E com o passar do tempo, e quanto mais o sol nascia na sua janela, mais calmante ela desistia. Na impossibilidade de não amanhecer todos os dias, mansamente ela vivia. Aprendia todos os dias a suavemente desistir, sabiamente desistir de tudo o que resiste, ou deseja com fraqueza. Por que ela acreditava que amor não se pede e então, se tivesse que pedir, partia.

E ao longo dos dias que se sucediam, ela ia ganhando o ar sereno daqueles que sabem desistir em paz. Aprendeu com o tempo a usar sua força naquilo que valia a pena. E se alguém por ventura quisesse ficar, então ela amava.

Amava com a força daqueles que não desistem nunca daquilo que quer ficar.

Andrea Beheregaray

Mirys Segalla disse...

Como diz minha sogra "boi preto procura boi preto" (seja lá o que isso queira dizer!!!).

Ou a camiseta da minha prima (mais compreensível) "os iguais se atraem! Os opostos... se distraem!"

Amore, "nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia... tudo passa, tudo SEMPRE passará..."

Quero ficar. Posso?

Bjos, amiga!

Mirys