terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Quando a esperança solta minha mão...

Não é sempre, não é todo dia, mas a esperança que me move vezenquando me abandona. Na maior parte do tempo, eu seguro a mão dela com força, como criança pequena em shopping lotado segura a mão da mãe. Medo de me perder, medo de não encontrar meu caminho e nunca mais voltar pra casa, medo de não ver mais quem me faz e quer bem. Quando a gente se solta, fico só com a sensação de que algo muito ruim está à espreita, esperando quietinho o momento de acontecer. É só um segundo, é só um tempinho; mas o sentimento é abissal: DE-SES-PE-RO!

Fico mais tranquila quando ela retorna e me segura pela mão novamente e aí, volta a sensação de que não preciso me preocupar, de que o pior já passou, o pior ano já se foi, o furacão já sumiu no horizonte. É claro que ainda há algumas nuvens negras e restos da bagunça que ele deixou para arrumar, mas o céu já se abre num azul primaveril, o sol já vem mostrar seu poder e sua energia e as crianças já não estampam em suas faces os olhos do medo. Há paz depois da tempestade. Aquela paz decorrente do alívio de ter sobrevivido, da certeza de que o pior já foi e de que outra dessas vai demorar a acontecer.

Eu quero seguir com essa esperança dentro de mim, com essa vontade de viver e ser feliz. Quero olhar para frente e ter convicção de que muitas coisas boas me esperam, sem que passe pela minha cabeça qualquer sombra de dúvida. Eu quis tanto chegar aqui, nesse momento, nesse ano, em pé, sem ser um farelo, um farrapo, sem deixar trauma algum nos pequenos, mesmo que esse propósito significasse me virar do avesso... Agora que me vejo aqui, do jeito que planejei, eu duvido das minhas convicções, daquilo que me moveu. Duvido do que bate à porta, do que parece claro e até óbvio. Não é certo.

Que eu não me perca do ideal que me manteve de pé nem das convicções que me moveram até aqui. Que eu não me afaste dos planos de felicidade que bolei sozinha, mas pensando em três. Que eu não sofra demasiadamente ao lembrar dos projetos a dois e a quatro. Que eu não saia do caminho que tracei, a menos que seja presenteada com melhores opções. Que não haja mais surpresas infelizes, nem furacões, nem tempestades que deixam tudo de pernas para o ar. Sei que não há como se proteger da dor, nem do sofrimento, nem há como evitá-los ou preveni-los. Estas coisas simplesmente acontecem. Então, que haja dentro de mim um espírito guerreiro e resiliente para enfrentar todos os poréns e apesares. E que, ao final de tudo, eu alcance a felicidade no superlativo máximo possível de novo.

2 comentários:

O Divã Dellas disse...

Ôh Marcele, tão bom andr grudada na mão da esperança... A sensação de estar perdido, o pior, de sentir-se só é tão torturante.
Desejo muita luz, esperança e direção nesse ano que se inicia.

Verônica.

O Divã Dellas disse...

E para que torce por vocês, resta dizer:
AMÉM!
Vai em frente, Garota! Você ainda tem muita história para escrever.
Cinthya