quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Temporal (Quem poderá me defender?)

Nessa madrugada caiu uma tempestade em Fortaleza. Tempestade mesmo, com direito a relâmpagos assustadores que começaram antes mesmo das nuvens carregadas fecharem o céu e trovões que fizeram tremer os vidros das janelas e o meu corpo inteiro. Eu não sabia que tinha tanto medo assim. Dormir foi um sacrifício. Um susto a cada trovoada. E aí, eu fiquei pensando nos meus "traumas" de infância e na minha vida inteira.

Lembro bem de assistir na TV às notícias sobre o desabamento do Edifício Palace. Lembro bem de ouvir os testemunhos de moradores que conseguiram sair a tempo. Como moradora de apartamento que sempre fui, a ideia do prédio ruir me desesperava. Em noites de chuva torrencial assim, como a da madrugada, eu sempre ficava pensando que, como morava no primeiro andar, se o prédio ruísse, não tinha a menor possibilidade de ninguém da minha família sobreviver. De todo modo, me acalmava a ideia de que meus pais estavam em casa, cuidando da gente e que conseguiríamos nos salvar porque eles estariam alertas.

Depois, eu casei, fui morar no sétimo andar de um prédio com quinze andares. Esse medo de desabamento sempre retornava nas noites de chuva, mas eu tinha um homem pra chamar de meu, um ombro em que deitar e até para quem fazer um charminho por conta desse medo irracional. A vida era tranquila e a sensação de segurança e proteção não me abandonava jamais. Eu não precisava me preocupar com nada porque ele cuidava de tudo. E as noites de chuva forte eram noites de dormir abraçadinho.

Agora a coisa toda mudou de figura. Eu sou responsável por salvar as crianças a tempo (não que eles tenham medo, sequer se mexeram com os trovões), não tem ninguém pra cuidar de mim, nem pra me salvar antes do desabamento do prédio que agora tem vinte e dois andares (!!!), eu que tenho que estar alerta. O medo tomou proporções grandiosas e não me deixou dormir a noite inteira. Eu cochilei alguns momentos, com o barulho da chuva que caía; mas bastava a janela tremer para dar um pulo na cama. E foi assim a noite inteira.

Eu já disse isso aqui algumas vezes, em outros contextos, esse negócio de ser adulto é um saco. Eu continuo querendo carinho e proteção, continuo buscando a sensação de segurança e de que tem alguém cuidando de mim, como no tempo em que a história do desabamento do Palace me assombrava. E agora? Quem poderá me defender?

6 comentários:

Idê Maciel disse...

...eu!!! O Chapolim Colorado!!! (Não contava com a minha astúcia?!)

Anônimo disse...

eu!!!!!!!!! o chapolim colorado!!!!

hihihihi

liga pra mim, curu, que nem eu liguei pra ti num momento em que senti muito medo: lembra da "invasão" da faculdade de direito?

kkkkkkkkkkk

beijo, cumadi!

Mirys disse...

Cele:

Você mesma pode se proteger!!!

Eu resolvi criar uma blidagem (psicológica, é claro) e tirei férias com os outros 2 mosqueteiros! Acredita que eu não chorei nenhuma vez, ainda?

Nenhuminha!!!

Bjos e bencãos

Mirys
http://diariodos3mosqueteiros.blogspot.com/2011/01/nao-adianta-eu-curto-joguinhos-diario.html

http://diariodos3mosqueteiros.blogspot.com/2011/01/voila-madame-diario-da-nina.html

@Tioago disse...

hehe, mamãe vai mah te ajudar! Certo que acho que ela vai precisa mais de ajuda do que ajudar mesmo... hehehe

Idê Maciel disse...

... bom, já ajudei muito! Coloquei no colo, contei histórias lindas nas noites insones de vocês, sem luz para clarear o medo;ainda hoje seguro na mão e, se preciso posso por no colo, oferecer o ombro. Estarei sempre aqui, só não tenho nem ouro nem prata para oferecer, mas grana não é tudo, apesar de essencialmente necessária. Essa não tenho e se tivesse não daria!

Anônimo disse...

E teve gente q só soube pelos comentários e só viu pelos jornais... como eu!
Fui dormir na véspera tão cansada e com tanto sono de uma outra noite não dormida que não vi nem ouvi nada.
Ainda bem!