quarta-feira, 14 de março de 2007

SOBRE A SAUDADE

Saudade é um troço muito estranho. Você ta lá, no trânsito, engarrafamento, buzina, aquela raiva daquele motorista meio lento na sua frente, raiva da segunda-feira, nem ta pensando em nada, e, de repente, não mais que de repente, vem aquela lembrança gostosa, aquele aperto no peito, um meio sorriso, uma quase lágrima...

É uma coisa que não se explica com precisão, porque ela se apresenta, às vezes, como nostalgia, leve, saudade do que foi e do que ainda nem foi. Outras vezes, ela vem acompanhada de uma dor, doloriiiiiida, que fica lá, latejando, latejando, latejando e não sai. Outras tantas, é só lembrança mesmo, momentos bons e histórias que não voltam mais, coisas-de-nós-dois cujos dois não existem mais, são um pra cada lado e cada qual com seus problemas. Às vezes, é uma vontade grande de estar de novo, de viver mais uma vez, só mais uma vez, de sentir o turbilhão...

O fato é que ela é a presença da ausência, é a percepção da falta, é a constatação do vazio. Saudade é esse negócio que tem me remexido o peito e feito eu pensar repetidamente que é necessário aproveitar cada “vão momento, e, em seu louvor, rir meu riso e derramar meu pranto”, por mais etéreo, volúvel, finito que seja qualquer coisa que me faça bem. A única certeza, a única cogniscível, é a de que tudo termina um dia. E quando terminar, eu quero qualquer das saudades ali de cima para lembrar e, pelo menos aqui, cá comigo, reviver...

Um comentário:

disse...

sabe o que é mais engraçado sobre a saudade?
é que ela aumenta ainda mais quando sabemos que estamos prestes a matá-la...

"é controvérsia emocional"

bjin!
Agora te linquei, frequentarei mais, eu espero!