quarta-feira, 13 de maio de 2009

Sobre mudanças

Eu olho para o mundo e não vejo mais o mesmo lugar. As pessoas mudaram ao meu redor. Tá todo mundo mais ranzinza, mais impaciente, mais autoritário e mais prepotente. As coisas mudaram ao meu redor.

Há 20 anos Fortaleza tinha ares provincianos e não tinha esses milhões de carros engarrafando as ruas e ensurdecendo ouvidos. Não havia tantos ônibus, nem tantas placas e outdoors... Eu era uma criança tranquila que pintava arco-íris e conversava até cansar com minha mãe, tinha uma coleção de barbies e adorava banho de piscina. Eu não sabia o que era política nem religião. Eu era feliz.

Há 10 anos eu andava de ônibus e me achava independente por isto. Eu tinha tantos amigos que havia aniversários a comemorar diariamente. Eu tinha um diário, no qual escrevia histórias e amores e músicas e datas importantes. Eu tinha turma no colégio, no prédio, na academia de dança... Eu dançava muito, na semana inclusive. Eu vivia as minhas primeiras vezes de tudo e tinha uma ânsia absurda pela liberdade. Eu era comunista e atéia. Eu era feliz.

Há 5 anos eu já não andava mais de ônibus e tinha a perspectiva de um futuro muito maneiro pela frente. Eu achava que tudo estava resolvido desde o resultado do vestibular. Eu tinha uma turma animadíssima na faculdade. Não havia um final de semana sequer desperdiçado em casa. E eu dançava todo final de semana e bebia. Tinha não sei nem quantos pretês e causava nas festas. Já não eram as primeiras, mas com certeza eram as melhores vezes de tudo e eu já tinha liberdade suficiente para ser, opinar, viajar... Eu era socislista e atéia. Eu era feliz.

Hoje eu tenho um carro em meu nome, um apartamento no meu nome, eu tenho uma certidão de casamento e duas de nascimento, nestas meu nome consta como MÃE. O futuro ainda é incerto, mas o presente é brilhante. Muitos amigos queridos continuam a fazer parte da minha vida, mas principalmente por meios virtuais. Todos os fins de semanas são aproveitados em festinhas que começam às 6 e terminam às 10 e, nas quais, eu não bebo; mas chego em casa exaurida. Raramente, danço. Mas tenho toda a liberdade pra fazer o que quiser (não tenho é dinheiro). Sou dona do meu próprio nariz. Sou capitalista, consumista, atéia e enormemente feliz.

3 comentários:

Anônimo disse...

Há exatos 27 anos eu sonhava acordada imaginando a carinha do bebe que carregava no ventre... Ia a Igreja quase todas as tardes e ficava olhando as crianças: bebês, mais velhas, adolescentes e jovens que acompanhadas dos pais participavam de tudo... E eu dizia "minha filha será assim". Errei. ela não é quase nada do que sonhei que seria... Mas ela é lind apor dentro e por fora e eu a amo incondiconalmente. Ela me deu duas crias que simbolizam a continuidade de mim. Sou cristã, temente a Deus e imensamente feliz, por eles e pelos meus dois outros filhos!

Anônimo disse...

Ah eu também amos os filhos agregados... genro e nora... e rezo por todos todos os dias em que rezo. Amém salve salve Jesus, aleluia!!! rsrs

Idê Maciel disse...

Esse anônimo aí de cima sou também... lógico que agui deu p tu entender ne?