sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Cartas para você XVII

Thi,

Na próxima semana, receberei as chaves do apê novo. Eu assinei a documentação toda. Eu fui ver a obra. Eu pedi orçamentos aos marceneiros. Eu tô pesquisando preços de tudo. Eu tô cuidando da vidinha que terei com nossos pequenos na "casa nova", como o Matheus diz. Em pouco mais de um mês, estaremos lá, Thi, e a nossa vida, nosso casamento, nossa rotina, nosso dia-a-dia vai ficar na "casa velha", que hoje, parece um depósito, cheia de caixas para empacotar minha vida, minhas melhores recordações, meu tempo com você

É isso que eu tenho feito. Decidido o que levar, empacotado livros, utensílios domésticos, brinquedos, documentos. Estou me desfazendo do supérfluo, do desnecessário, do que não cabe. Como a gente junta coisa na vida, né, mozinho? Estar arrumando tudo, também colabora (e muito) para a sensação de que a mudança vai acontecer. Não consigo para de pensar que é um livro que eu tô terminando de ler. E é como aquelas histórias que você começa e não quer que termine e não consegue soltar e quando acaba quer ler de novo. E dói, sabe? Terminar de ler dói, não poder ler de novo dói, como também dói assimilar a definitividade de tudo isso.

Não sei porquê, mas tenho me lembrado tanto de você estes dias. Não são lembranças de momentos nossos, não são frases ou palavras suas; são flashs de sua presença na nossa casa. Lembro de você sentado na mesa da sala estudando. Lembro da sua expressão quando concentrado no texto. Lembro de você assistindo aos DVDs do Medcurso. Lembro da sua feição deitado na rede no nosso quarto com o Thomás. Lembro da sua maneira de parar em pé com o braço dobrado sobre a barriga e de como isso fazia com que você parecesse ainda mais com seu pai. Lembro tanto de você, das coisas que eram só suas, do seu jeito de ser...

Não sei como vai ser minha vida no mais pra frente, mas sinto que o depois disso começa com essa mudança. E depois da mudança, eu não sei mais. Quis tanto correr pra que esse dia chegasse que agora que ele está aí, dando às caras, eu não sei o que fazer com o resto dos meus dias. Eu vou pensar quando eu estiver lá, mozinho. Sei que vai dar certo e que o sorriso vai continuar estampando meu rosto e o dos pequenos. Sei que deve ter muita mais coisa boa esperando pela gente no caminho. Sei que, de alguma maneira, você vai se fazer presente em cada um dos nossos dias e isso, por si só, já é motivo para estar em paz e ser feliz. Sei que a vida é do jeito que a gente encara, do jeito que a gente enfrenta. Estamos enfrentando, mozinho!

Ainda saudade. Ainda amor.

Também amo você demais!

Moreninha

6 comentários:

Unknown disse...

É mundanças nem sempre são fáceis...Mas muitas vezes elas são necessárias, pra virar a página da vida, pra mudar de fase, etc. Mas mudar sempre é necessário, ams sempre causa incômodo, pq saímos da "zona de conforto". Mas assim é a vida..... E vamos remando até chegar..... Se precisar de ajuda com a mudança é só gritar !!!!Acho que o pior já passou ....
Bjo e boa sorte nessa nova e tão boa fase !!!!
Bjos

Marina Bueno disse...

Marcela, Querida
Muita sorte, muita paz, muita alegria e tudo de muito que seja bom nessa sua nova fase da vida.
Um beijo com carinho!

Felicidade vem em 1º... disse...

Acho tão sinceras essas cartas que vc escreve.... dá pra ver de longe a transparência, como se ele tivesse lendo mesmo! Quem sabe enquanto vc escreve que mentaliza.... ele não tá do seu lado vendo tudo né?

Bjs

Unknown disse...

Mudança é bom demais... acho que sou cigana, porque adoro.
Dá uma sensação de esperança ou sei lá!
Boa sorte em tudo ai, Cele!

Flávia disse...

boa sorte! Good vibes!

Ácidas e Doces disse...

Ow guria
Força!
Ótima mudança por aí.

Beijo
Kézia