terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sobre as cicatrizes

Tenho algumas cicatrizes no corpo. Quedas na infância, briga com irmão-escorregão-bujão de gás no queixo, esconde-esconde e ladeira. Tenho cicatrizes cirúrgicas, partos, implantes. Tenho cicatrizes que denunciam o que eu sou e o que eu fiz. Representam tanto: histórias engraçadas da minha vida; o maior amor do mundo; auto-estima... Cada cicatriz é um pedaço do que eu sou. Não quero escondê-las nem expô-las. Não é preciso. O que elas são estampa o meu rosto. Mas o que mais carrego, com o que mais convivo são as cicatrizes que não se vê a olho nu. São as da alma que moldam a pessoa que me tornei. São as cicatrizes no de dentro que nos fazem assim ou assado. São muitas. Algumas abertas e sangrando. Outras bem fechadas, quase não se vê. Umas me cortaram de ponta a ponta e latejam. Outras me deixaram os sentidos dormentes. São as minhas cicatrizes que me fazem entender que sobrevivi e posso contar. São as cicatrizes que me possibilitaram crescer. Elas são aquilo que une os caquinhos em que me despedaçei. Efetivamente, são a marca da mácula. Que se tornem dormentes, o quanto antes. É só o que desejo.

2 comentários:

Unknown disse...

É, minha amiga... todos nós temos essas benditas cicatrizes. Tanto as que já estão branquinhas, como aquelas que ainda estão machucando, em carne viva.

But give it time; time is the best medicine. All your wounds will be healed.

Tay Assis disse...

Olá,sempre venho aqui,as vezes comento,as vezes não....deixei um selo pra vc la no meu blog,mesmo sem nos conhecermos ok???
Bjs no coração
Tay