segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A dor de novo em fotos

A maior dor que eu tive na vida foi a dor de perder meu marido. Até então, eu não tivera sofrimento algum. Alguns dissabores, alguns incômodos, alguns momentos tristes, sim, como todo mundo. Mas sofrimento mesmo, assim pesado, assim de virar a vida de cabeça pra baixo; nunca, nenhum! Eu realmente não sei como sobrevivi e como consegui chegar até aqui. Ontem, sem querer querendo, eu encontrei fotos do dia do acidente, fotos dele sendo atendido, desarcodado, ainda dentro do carro, com um monte de gente ao redor. Fotos dele MORTO, machucado, com manchas de sangue na camisa, na calça, na testa. Fotos do socorro, dos carros, dele na ambulância...
 
Eu olhei rapidamente porque era tortura demais ficar analisando detalhes e, admito, meu estômago já revirava quando fechei a janela. Eu olhei porque eu não fui lá no dia do acidente, eu voltei pra casa, eu não queria ver. Eu olhei sem querer, mas achando que eu era forte suficiente para aguentar o tranco agora que quase 11 meses haviam passado. Eu olhei e me despedaçei tudo de novo, como no dia um, como no janeiro trágico, com a mesma revolta, me perguntando "por quê?", vendo ele ali e sem querer ver, sem querer acreditar. Eu chorei muito, convulsivamente, sentindo essa dor de novo. Pode ser porque é dezembro, pode ser porque eu tenha me tornado essa pessoa sensível e carente; e pode ser também que eu nunca me acostume com essa ideia, de que ele não existe mais. É que a gente não se acostuma mesmo, só vai sendo atropelada pela vida, pela burocracia, por novas pessoas e outras tantas coisas a fazer e aquilo tudo que dói, que pesa, que causa sofrimento vai ficando escondido no porão do de dentro. O fato é que ser assolada por aquelas imagens me fez ficar em frangalhos de novo. 
 
Não, eu não sei como eu cheguei até aqui... Eu também não sei se conseguirei superar isso tudo algum dia. Superar para que não doa mais, superar para que nada mais me faça voltar essa sensação de dia um, de dor visceral, de revirar o estômago. Eu espero que sim, que eu chegue nesse ponto. Mas enquanto isso, eu preciso muito agora de distrações e de piadas bestas, de amigos e de conversa mole, para seguir com a vida e para manter essa esperança de que a felicidade está tocando a campainha.

9 comentários:

Daniely Novo disse...

Oi querida, quanto tempo não comento e fazer a pergunta: Como vai você? Acho meio ridículo não... :)
Perdoe-me a ignorância, mas pq tem fotos desse dia?? Quem tirou??? Não sei se eu veria não...muito sofrimento...
Fica com Deus Flor!

Mari Hart disse...

Querida, acho que doer vai doer sempre, mas com o tempo a intensidade da dor vai se transformando em saudade!

Ver estas fotos pode ter te trazido lembranças dolorosas, mas talvez pode ter sido necessária e faça parte do luto. 11meses... muito e tão pouco! A ferida ainda está aberta e só o tempo, amigos, família irão ajudar na cicatrização dela.

Beijão! Fique bem! =)

Anônimo disse...

Marcele,
Entendo o quão sofrido seja tudo isso. E sinto muito por você.
O que tem me ajudado muito a superar a perda que tive recentemente em minha vida, é ler. Todos os dias vou deitar com dezenas de livros e todos com uma veia cômica, algo divertido. E tem dado certo...
Experimente!
E força!
Beijos,
Marina.

Anônimo disse...

Me intalei......

Bom, vê se te faz rir!!!

LÓGICA

O garoto apanhou da
vizinha, e a mãe furiosa foi tomar
satisfação:
- Por que a senhora
bateu no meu filho?
- Ele foi mal-educado, e me chamou de
gorda.
- E a senhora acha que vai emagrecer batendo nele?
rsrsrs

Outra:

NO
BALCÃO DA ALFÂNDEGA

Seu nome ?
- Abu Abdalah Sarafi.
-
Sexo ?
- Quatro vezes por semana...
- Não, não, não! Homem ou
mulher?
- Homem, mulher... Algumas vezes camelo...
rsrsrsrs

Só mais uma:

VELHINHAS

Duas velhinhas bem velhinhas
estão jogando sua canastra
semanal. Uma delas olha para a outra e diz:
-
Por favor, não me leve a mal. Nós somos amigas há
tanto tempo e agora eu
não consigo me lembrar do seu nome, veja
só a minha cabeça. Qual é
o seu nome, querida?
A outra olha fixamente para amiga, por uns dois
minutos,
coça a testa e diz: - Você precisa dessa
informação
para quando?


Espero que vc tenha dado uma risada!!!

Cele disse...

Danielly, as fotos estavam num site de um jornal da região onde aconteceu o acidente.

Anônimo, adoro piadas bestas! E, sim, eu ri! Obrigada!

Lílian Holanda disse...

Ou, menina, e para quê vc foi ver isso? Vc não disse que, quando fosse para o apartamento novo, iria tentar uma vida nova? Pois bem, quem sou eu para entender sua dor, mas olha as fotos só dos momentos felizes, aquelas que te darão saudades. Deixa as que te lembra DO momento para lá...

Anônimo disse...

Experiencia de quem já passou por toda essa dor ... acredite NADA DURA PARA SEMPRE !!!
Torço sempre pela sua felicidade , você nem imagina o quanto minha querida .
Bjos...

Anônimo disse...

Marcele qual o jornal que publicou essas fotos?

dea disse...

não gosto nem de pensar nessas fotos... melhor guardar a imagem daquele sorriso sem igual!
bjos, amamos vc.