quinta-feira, 17 de março de 2011

A valsa do crioulo doido

Um passo para frente, dois pra trás, três pra frente, dois pra trás, dez passos pra frente, cinco pra trás... Nesse vai vem descoordenado e sem ritmo; nesse pra lá e pra cá sem nexo e sem ginga, acabo girando em círculos sobre mim mesma e desabando tonta no chão.

Perco o foco, devaneio, procuro um ponto de equilíbrio, um apoio, uma placa que me guie, que me oriente, mas as coisas passam apressadas pela minha visão e o cerébro não chega sequer a decifrar os códigos multicoloridos e completamente desfocados que percebe. Saio cambaleante, bêbada, trôpega e sigo ainda assim, porque há qualquer coisa aqui dentro que me impele.

De certo mesmo só o bater descompassado daquilo que guardo dentro do peito e a sensação fugidia de melhor ter isso que quedar inerte, seca, fria, vazia.

3 comentários:

Idê Maciel disse...

Quero, pois, que as viúvas jovens se casem, cumpram os deveres de mãe e cuidem do próprio lar, para não dar a ninguém ensejo de crítica. (I Tim 5,14)

Suelen Rauber disse...

Cele, tenho aprendido exatamente isso: melhor essa força motriz confusa, inconstante e doidivana do que força nenhuma.

Mulheres como nós, tão donas da situação, às vezes precisam se permitir o luxo de apenas se deixar levar pela corrente.

Um beijo.

LuTTy disse...

Ouvi essa música e lembrei de vc...
Chama "O Sol Nascerá" e é do Cartola:
"A sorrir
Eu pretendo levar a vida,
Pois chorando
Eu vi a mocidade perdida.

Finda a tempestade
O sol nascerá,
Finda esta saudade
Hei de ter outro alguém para amar."