quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Quando a pancada é forte demais, a dor ameniza com o uso de analgésicos e alguns anti-inflamatórios, mas ainda lateja. Quando o ferimento é fundo demais, a gente costura a epiderme, estanca a hemorragia, mas o corte permanece lá e depois sempre resta a cicatriz. Quando a dor é por demais aguda, não há opióide que dê jeito e você tem de conviver com o incômodo permanente até que passe. É um sem-solução.
Ferimentos decorrentes de quedas, arranhões, acidentes comuns são facilmente tratáveis. Mas os ferimentos internos, estes sim, latejam interminavelmente. E ferem, e doem, e machucam, e permanecem ali, dizendo baixinho que não, ainda não passou, não, você não superou. Muitas vezes tais ferimentos são causados por desleixo, por falta de atenção. Ele nem percebeu que aquele era um ponto nevrálgico, não sabia da pungência... Mas quando as feridas são causadas intencionalmente, aí o negócio complica. Porque, neste caso, dói em dose tripla. Dói a dor e dói mais ainda porque dói, e ainda mais porque o outro quis que doesse em você.
Dói porque é óbvio que dói. Sofre-se porque a gente não queria ser tão vulnerável, tão dependente, tão entregue assim. E machuca ainda mais porque justamente aquela pessoa a quem tanto nos dedicamos QUIS causar essa dor.
Só o tempo... Só o tempo...

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

A MINHA PARABÓLICA

Eu sempre fui fã, meio ausente, meio presente, da banda Engenheiros do Havaí. Hoje, particularmente, uma música me veio a cabeça, enquanto brincava com meu filhote: PARABÓLICA. Diz-se que a música foi feita pelo próprio Humberto para a sua filhotinha. Gosto do jogo de palavras. Gosto das metáforas. Gosto da declaração de amor. Gosto. Ei-la.

"Ela pára e fica ali parada
Olha assim para nada
Diz Paraná
Fica parecida paraguaia
Pára raios em dias de sol para mim
Prendam minha parabólica
princesinha parabólica
O pecado mora ao lado
e o paraíso paira no ar

Se a TV estiver fora do ar
quando passarem
os melhores momentos da sua vida
pela janela eu estarei
de olho em você
completamente paranóico"

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Ele é capaz de me deixar atônita, desesperada e feliz da vida num só dia. Ele me olha de um jeito tão desconcertante, como se me lesse a alma, como se entendesse meu pensamentos e, dez segundos depois, já está distraído com outra coisa. Ele me sorri quando pareço extremamente imbecil. E simplesmente me ignora quando mais tento agradá-lo.Ele dorme no meu ombro, descansa no meu colo. Eu enxugo suas lágrimas, acalento-o no desconforto, entendo seus desejos, estou sempre à inteira disposição. Muitas vezes, parece-me que ele nem sabe que eu existo e que nada que eu faça será capaz de dirimir suas inseguranças. Ele me suga e faz com que exsurja o que há de mais instintivo em mim. Vezenquando, ele me segue com o olhar e espera por minhas constantes manifestações de carinho e, muitas vezes, me acorda no meio da noite, pedindo um pouco mais. Ele sabe que seu choro é capaz de cortar meu coração e que seu sorriso é mais que suficiente pra me iluminar o dia inteiro. Ele sabe que exerce um poder sem igual sobre mim e que eu sou completamente apaixonada por ele. Ele sabe que pode fazer de mim o que bem entender, porque eu sou mesmo uma besta, uma mãezona... Ele sabe de tudo isso e eu espero que um dia ele compreenda esse amor descomunal que sinto.
Amo você demais, Matheus!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007



Não é mais tão fácil. Escrever sempre foi uma abrir-se, expor-se, mostrar-se, contar-se. Nunca tive qualquer pudor em dizer, a quem se interessar, sobre meus sonhos, devaneios, fragilidades e medos. Sempre foi uma explosão, as idéias iam saindo sozinhas, pulando nos meus dedos e, não mais que de repente, apareciam textos incrivelmente sensíveis na tela do computador.

Não é mais assim... Tento percorrer meu infinito particular (como diria Marisa Monte) e não há mais a dor, nem a tristeza, nem a solidão, "mas pra escrever um samba com beleza, não seria preciso um bocado de tristeza?". Talvez... O fato é que agora me falta por demais a tão falada inspiração. Aquela que me vinha fácil, que me fazia explodir em textos sentimentais e até que profundos, hoje simplesmente foge de mim e me deixa aqui com essa cara de "e agora o que é que eu faço??".

Aguardem por notícias, quando a mais do que desejada das gentes chegar, dou o ar da graça por aqui, ok?

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007


Faz tempo, eu sei... Tanto, que talvez nem existam mais leitores para as palavras que ora escrevo. Mas é que a vida mudou. Muito. As expectativas são outras. Os planos dividem-se em três. Mas a alegria permanece aqui.
É, eu sei... Faz tempo. Mas é que, de repente, aquela que saía, curtia a vida, bebia e se achava A livre e independente, percebeu que a dependência é mágica, que os nós cegos são realmente indestrutíveis e que a vida... ah, a vida é uma caixinha de supresas. hehehehe...
Pior: aquela outra lá tá morta de contente com a vida de agora. Fica emocionada ao ouvir gritinhos e choros. Chora ao perceber um olhar inocente perscrutando o fundo de sua alma. Morre de rir com pequenas descobertas. E ama, ama, ama... Ama tanto que dói fundo, que dá medo, que sente saudade aguda de cada segundo que já passou e anseia desesperadamente o futuro próximo.
É, meus caros, a minha vida mudou demais. Antes era farra, álcool, flertes, amores descomprometidos... Hoje é fraldas, sucos, casamento, compromisso, responsabilidade. Não sou mais aquela, mas olha o sorrisão de felicidade!
Beijos em todos e estou de volta!

sábado, 12 de agosto de 2006

"Se chorei ou se sorri...


O importante é que emoções eu vivi!"


E foram tantas e tão intensas nestes últimos tempos que eu custo a acreditar que tudo isso seja real. A descoberta de um filho, que se mexe, chuta, dá cambalhotas aqui dentro e acha que meu corpo é um playground porque ele aperta a bexiga, dá pontapés no estômago, soca a comida e ainda manifesta o amor imenso pelo pai quando escuta a voz deste. Um casamento que, apesar de alguns olhares tortos e desejos ruins, apesar de umas torcidas contra e de umas invejonas básicas, se mantém perfeito e harmonioso e cúmplice e leve e tranquilo e feliz. Por fim, essa formatura... Não tenho palavras pra descrever o tamanho da felicidade, da beleza da festa, da saudade imediata dos amigos feitos, da alegria....

Anseio agora pela tal da prova da Ordem e pela colação!



Que a vida seja sempre assim...

terça-feira, 25 de julho de 2006

Obedeci

Mudou tudo... Passei um tempo me adaptando à nova realidade... Passei um tempo de mudança, mas cheguei aqui e descobri que aqui é meu lugar. Ele me mandou voltar a escrever com o seguinte texto:
"[...] Você só tem que escrever se isso vier de dentro pra fora, caso contrário não vai prestar, eu tenho certeza, você poderá enganar alguns, mas não enganaria a si e, portanto, não preencheria esse oco. Não tem demônio nenhum se interpondo entre você e a máquina. O que tem é uma questão de honestidade básica. Essa perguntinha: você quer mesmo escrever? Isolando as cobranças, você continua querendo? Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho Gabriel de Britto Velho: 'apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo'. Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a 'função social', nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida.
[...]
Remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: É lá que está o seu texto".*
Eu obedeci!
Tô de volta...
*Caio Fernando Abreu (Sempre...)
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Nos ouvidos: A Viagem - Vanessa da Mata
Suspenderam a viagem
Fui parar em outro trem
Que beleza de paisagem
Vamos rumo à Belém
Agora que é tempo
Colher fruta madura no vento
Piqui não sai do meu pensamento
Bacia cheia de manga bourbon
Nasce um sol, nasce uma noite
e um menino também vem
Que beleza de paisagem!
É meu filho e passa bem
Agora é tarde
Não dá pra adiar a viagem
João tem 3 anos de idade
Não quero merecer outro lugar
Volto quem sabe um dia
porque os trilhos já tiraram do chão
olho as tardes, vivo a vida
Nada é em vão!