Eu tenho essa mania incurável de me jogar em tudo que faço! Sou daquele tipo que se joga mesmo, sabe? Daquela que sofre até a última lágrima de sangue antes de acabar um relacionamento, que vai até as últimas consequências quando o assunto é amor (ou quando é algo que eu quero muito).
A gente simplesmente não escolhe ser assim. Ou é ou não é. Não dá pra ser diferente. Agregada a esta característica vem a impulsividade. Outra marca minha. Eu ajo, falo, compro, tudo por impulso. Às vezes, me arrependo. Às vezes, nem. Mas é sempre melhor se arrepender por ter feito que morrer engasgado com aquilo lá dentro. Eu faço e vá pra pqp! Cá pra nós, na maioria das vezes, dá certo. E, se deu errado, já foi.
Aí, eu pensando aqui com meus botões, a maior parte das coisas que aconteceram na minha vida não foram escolhas minhas, elas me foram apresentadas na base do "te vira". E eu me virei. É claro que na hora que elas surgem, nós, seres com livre arbítrio, sempre temos a escolha de ficar com elas ou dispensá-las. Eu fiquei e me virei.
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Já disse não sei quantas vezes que a vida aqui mudou (por fora e por dentro). Por fora, é óbvio: um filho, uma casa, um marido, contas e muitas preocupações. Mas por dentro, não tão óbvio assim, eu vejo uma menina que virou adulta de uma hora pra outra e que tem dado conta da lição de casa.
Não foi fácil. Tive meus momentos histéricos, neuróticos, desesperadores... Mas cheguei aqui sã e salva. Para quem botou olho gordo, torceu contra, torceu o nariz, ou deu as costas: o casamento vingou e novas criancinhas devem surgir ano que vem; o Matheus tá cada dia mais lindo e mais sapeca e até uma promoção eu consegui neste 2007 (logo depois do período de licença-maternidade). Bom, né?
Acho que alguém lá em cima apontou o dedo pra mim e disse: "Vais ser feliz, menina!" e eu, obediente como sou, O-BE-DE-CI. Até porque um poeta já disse "é melhor ser alegre que ser triste. Alegria é a melhor coisa que existe..."
Não foi fácil. Tive meus momentos histéricos, neuróticos, desesperadores... Mas cheguei aqui sã e salva. Para quem botou olho gordo, torceu contra, torceu o nariz, ou deu as costas: o casamento vingou e novas criancinhas devem surgir ano que vem; o Matheus tá cada dia mais lindo e mais sapeca e até uma promoção eu consegui neste 2007 (logo depois do período de licença-maternidade). Bom, né?
Acho que alguém lá em cima apontou o dedo pra mim e disse: "Vais ser feliz, menina!" e eu, obediente como sou, O-BE-DE-CI. Até porque um poeta já disse "é melhor ser alegre que ser triste. Alegria é a melhor coisa que existe..."
Eu leio blogs todos os dias. Bloga de gente que eu conheço e de gente que eu nunca vi nada vida, mas que me divertem com seu cotidiano. Descobri no meio internético que ainda tenho leitores. Pessoas que me conhecem e estranham que me linkam e me comentam por aí, cyberespaço a fora. Fico emocionada com as demonstrações de carinho e por isso VOLTO. O bom filho à casa torna. Cá estou.
Roberto Carlos - O Portão
Eu cheguei em frente ao portão,
meu cachorro me sorriu latindo
Minhas malas coloquei no chão,
eu voltei.
Tudo estava igual como era antes,
quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei,
e voltei ...
Eu voltei,
agora pra ficar,
porque aqui,
aqui é o meu lugar.
Eu voltei pras coisas que eu deixei,
eu voltei ...
Fui abrindo a porta devagar,
mas deixei a luz entrar primeiro
Todo meu passado iluminei,
e entrei ...
Meu retrato ainda na parede,
meio amarelado pelo tempo
Como a perguntar por onde andei
e eu falei ...
Onde andei não deu para ficar,
porque aqui,
aqui é o meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei,
eu voltei ....
Sem saber depois de tanto tempo
se havia alguém à minha espera
Passos indecisos caminhei
e parei
Quando vi que dois braços abertos,
me abraçaram como antigamente
Tanto quis dizer e não falei
e chorei ....
Eu voltei,
agora pra ficar
porque aqui,
aqui é o meu lugar
Roberto Carlos - O Portão
Eu cheguei em frente ao portão,
meu cachorro me sorriu latindo
Minhas malas coloquei no chão,
eu voltei.
Tudo estava igual como era antes,
quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei,
e voltei ...
Eu voltei,
agora pra ficar,
porque aqui,
aqui é o meu lugar.
Eu voltei pras coisas que eu deixei,
eu voltei ...
Fui abrindo a porta devagar,
mas deixei a luz entrar primeiro
Todo meu passado iluminei,
e entrei ...
Meu retrato ainda na parede,
meio amarelado pelo tempo
Como a perguntar por onde andei
e eu falei ...
Onde andei não deu para ficar,
porque aqui,
aqui é o meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei,
eu voltei ....
Sem saber depois de tanto tempo
se havia alguém à minha espera
Passos indecisos caminhei
e parei
Quando vi que dois braços abertos,
me abraçaram como antigamente
Tanto quis dizer e não falei
e chorei ....
Eu voltei,
agora pra ficar
porque aqui,
aqui é o meu lugar
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Surpresa!
Ele levantou os olhos e me viu
Um sorriso espontâneo e terno de dentes separados se abriu
Deu uns pulinhos
Ouvi uns gritinhos
Os braços se esticaram em minha direção
Os dedos miúdos faziam sinal
Ainda distante, sorri de volta
As pernas cambaleantes deram uns passinhos
O cérebro ainda não se acostumou com o modo bípede
e tropeçando, caiu de quatro no chão
Ainda assim, os olhinhos me procuraram mais uma vez
As mãos se puseram na parede
e esta serviu-lhe de apoio para por-se mais uma vez de pé
Os braços se levantaram mais uma vez
e com o mesmo sorriso de outrora
com o mesmo olhar brilhante
ele disse:
MÃMÃ!
Lágrimas.
Um sorriso espontâneo e terno de dentes separados se abriu
Deu uns pulinhos
Ouvi uns gritinhos
Os braços se esticaram em minha direção
Os dedos miúdos faziam sinal
Ainda distante, sorri de volta
As pernas cambaleantes deram uns passinhos
O cérebro ainda não se acostumou com o modo bípede
e tropeçando, caiu de quatro no chão
Ainda assim, os olhinhos me procuraram mais uma vez
As mãos se puseram na parede
e esta serviu-lhe de apoio para por-se mais uma vez de pé
Os braços se levantaram mais uma vez
e com o mesmo sorriso de outrora
com o mesmo olhar brilhante
ele disse:
MÃMÃ!
Lágrimas.
terça-feira, 12 de junho de 2007
"A lua...A praia...O mar...
Uma flor... Passear...
Um doce... Uma dança, um beijo...
Ou goiabada com queijo?
Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão,
dormir cedo, acordar tarde...
Arroz com feijão, matar a saudade...
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis...
Ou são os sonhos que te fazem feliz?
Dormir na rede...Matar a sede...
Ler ou viver um romance...
O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa,
um cafuné, café com leite, rir à toa...
Um pássaro, um parque, um chafariz...
Ou será um choro que te faz feliz?
A pausa pra pensar, sentir o vento, esquecer o tempo...
O céu, o sol, um som...
A pessoa ou o lugar...A
gora me diz, o que faz você feliz?
Comer morango com a mão...
Pôr açúcar no abacate...
Brincar com o melão...
Goiaba, romã, jabuticaba...
Ou é o gostinho de infância que te faz feliz?
Cuspir sementes de melancia...
Falar besteira, ficar sem fazer nada...
Plantar bananeira ou comer banana amassada...
Afinal o que faz você feliz?
Aquela comida caseira...
Arroz com feijão...
Brincar a tarde inteira...
O molho do macarrão,
ou é o cheiro da cebola fritando que faz você feliz?
O papo com a vizinha, o bife ou a batatinha...
A goiabada com queijo...
Um doce ou um desejo...
Afinal o que faz você feliz?
Ficar de bobeira...
Assaltar a geladeira...
Comer frango com a mão...
Tomar água na garrafa...
Passar azeite no pão...
Ou é namorar a noite inteira que te faz feliz?
Rir ou chorar à toa...
Um filme ou uma conversa boa...
Fazer um dia normal virar uma noite especial...
Afinal, o que faz você feliz?"
Uma flor... Passear...
Um doce... Uma dança, um beijo...
Ou goiabada com queijo?
Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão,
dormir cedo, acordar tarde...
Arroz com feijão, matar a saudade...
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis...
Ou são os sonhos que te fazem feliz?
Dormir na rede...Matar a sede...
Ler ou viver um romance...
O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa,
um cafuné, café com leite, rir à toa...
Um pássaro, um parque, um chafariz...
Ou será um choro que te faz feliz?
A pausa pra pensar, sentir o vento, esquecer o tempo...
O céu, o sol, um som...
A pessoa ou o lugar...A
gora me diz, o que faz você feliz?
Comer morango com a mão...
Pôr açúcar no abacate...
Brincar com o melão...
Goiaba, romã, jabuticaba...
Ou é o gostinho de infância que te faz feliz?
Cuspir sementes de melancia...
Falar besteira, ficar sem fazer nada...
Plantar bananeira ou comer banana amassada...
Afinal o que faz você feliz?
Aquela comida caseira...
Arroz com feijão...
Brincar a tarde inteira...
O molho do macarrão,
ou é o cheiro da cebola fritando que faz você feliz?
O papo com a vizinha, o bife ou a batatinha...
A goiabada com queijo...
Um doce ou um desejo...
Afinal o que faz você feliz?
Ficar de bobeira...
Assaltar a geladeira...
Comer frango com a mão...
Tomar água na garrafa...
Passar azeite no pão...
Ou é namorar a noite inteira que te faz feliz?
Rir ou chorar à toa...
Um filme ou uma conversa boa...
Fazer um dia normal virar uma noite especial...
Afinal, o que faz você feliz?"
terça-feira, 5 de junho de 2007
Diariamente
Pilhas de papéis se amontoam na desorganização da mesa de trabalho. A maior parte deles termina no lixeiro azul do lado esquerdo. Dezenas de emails abarrotam a caixa de mensagens; spams, muitos deles, cursos e palestras, outros tantos. Uma grande parte termina com o dedo indicador no delete. Para os outros, um simples oquei.
É tudo para antes de ontem. Correndo sempre porque está tudo atrasado. Pula-se da cama, tá em cima da hora, engole o pão com manteiga e bebe um golinho de café ralo, meio amargo, pisa fundo no acelerador, passa correndo o sinal amarelo, chega esbaforida, descabelada, desarrumada, um pouco suada, dez minutos atrasada, mas chega.
Abre agenda, organiza os papéis, responde e/ou deleta emails, a cada tarefa riscada dos afazeres anotados na agenda, outras cinco são acrescentadas... E, nesse corre-corre, assim mesmo, sem ver o sol ou curtir a brisa, assim, como num piscar de olhos, vão-se todas as horas de um belo dia de sol, de 28°c, de brisa constante do oceano atlântico, na capital do Ceará.
Não come direito, não bebe os 2 litros de água, não curte o bebê que gerou, não dá tempo de ler o que se programou, não dá pra assistir aos filmes que alugou, não dá pra visitar blogueiros amigos (tantos causos interessantes...). Não vive.
"Todo dia ela faz tudo sempre igual" e a vida pára na sua frente, repentinamente, lasca o dedo na cara dela e pergunta: até quando?
domingo, 13 de maio de 2007
O que eu queria que dissessem...
"Foi uma menina levada, vivia correndo, suada, com arranhões e pequenos traumas nas pernas. Adorava barbies, bicicletas, piscina, banho de chuva, Xuxa, bica da igreja, chicletes, brigar com a irmã mais nova e as amiguinhas do prédio.
Foi uma jovem ousada, rebelou-se cedo, farreou desde muito nova, sempre foi popular na escola, sempre foi a aglutinadora das turmas, fez umas lista de amig@s que guardou do lado esquerdo do peito e todos têm alguma história pra contar dela. Na faculdade, conheceu a liberdade, em todas as suas cores, em todos os seus tons. Foi a época em que mais se descobriu e em que mais vivenciou a diversidade. Entrou socialista e saiu capitalista, como todos.
Foi sempre muito feliz. Levou consigo a felicidade e a alegria de viver pra idade adulta. Mesmo quando os dias eram nublados, mesmo quando a vida dava uma reviravolta, mesmo quando o bolso parecia furado, mesmo sem fé nenhuma, ainda assim, ela tinha dentro de si a força que a fazia prosseguir.
A maternidade mudou sua vida e passou a então para um patamar além. Tornou-se mais tudo, mais amiga, mais humana, mais caridosa, mais solidária, mais fraterna, mais família, mais carinhosa, mais carente, mais atenciosa, mais trabalhadora, mais responsável, mais... Tornou-se mãe.
Amou muito e casou com o homem da sua vida. Aquele com quem ela sempre soube que se casaria. Aquele que foi capaz de mudar sua vida duas vezes. O único capaz de entender e aceitar todas as manias e defeitos dela.
Nasceu, brincou, cresceu, dançou, viveu e amou como só ela poderia fazer."
quinta-feira, 3 de maio de 2007
Sobre o que interessa
Nem mesmo o tempo, que tem passado rápido demais nestes dias modernos. Nem mesmo a distância, que tem sido curta demais. Nem mesmo a ausência em datas importantes ou desimportantes. Nem mesmo a saudade que surge sorrateiramente em qualquer hora do dia, remexendo em tudo que está arquivado nas gavetas da memória, exibindo o quanto foi bom, o quanto foi incrível e único. Nem mesmo o arquivo da memória, que fica empoeirado, cheio de teias de aranha, com uma porta emperrada ou com um trinco enguiçado. Nada disso é capaz de destruir o que foi tão solidamente construído em anos de bem querer.
Não, meu filho, não é tão simples assim! Não é qualquer brisa de novo rumo que arranca o que já é raiz profunda! Não é qualquer chuva de verão que destrói o trabalho de uma estação inteira! Não é qualquer novidade imperdível que faz a gente esquecer o brinquedo preferido. Não é mesmo!!!
Há sempre, na vida de cada um de nós, coisas intangíveis, para além da nossa compreensão, para além da vã filosofia humana, que servem exatamente para nos fazer crer que existem também pessoas que entram em nossas vidas para sempre. Pode ser porque vocês conseguem se entender simplesmente com um olhar. Pode ser porque, por mais que passem anos sem se falar, a conversa é sempre retomada do ponto onde parou e é sempre a mesma alegria. Pode ser porque há um olho no olho que faz a gente vibrar. Pode ser porque há uma admiração imensurável por tantas qualidades geniais percebidas no outro. Pode ser porque haja uma empatia inata e instantânea. Pode ser por tudo isso e por tantas outras coisas. O fato é que a pessoa é.
É, não está. Estar é momentâneo, passageiro, temporário, efêmero. Ser, não. Ser é permanente, atemporal. O estar só quer ser o ser, mas não é. E eu tenho orgulho de ter tantas pessoas que são em minha vida.
Por isso, nem precisava dizer, porque coisas assim são irremediavelmente recíprocas, mas eu digo: estou aqui, neste perto-longe, torcendo por você, querendo muito seu bem, e desejando tudo que há de melhor neste mundo de deus me acuda. Pode contar comigo sempre (para tudo e para nada, para quando precisar de um papo cabeça ou para discutir apenas leviandades do dia-a-dia). Eu sei que você sabe (porque eu também sei), não é essa curva no caminho que vai nos desviar do rumo do lugar que a gente quer chegar. E seja lá onde for esse ponto final da estrada, eu sei que olharei para o lado e verei você!
Não, meu filho, não é tão simples assim! Não é qualquer brisa de novo rumo que arranca o que já é raiz profunda! Não é qualquer chuva de verão que destrói o trabalho de uma estação inteira! Não é qualquer novidade imperdível que faz a gente esquecer o brinquedo preferido. Não é mesmo!!!
Há sempre, na vida de cada um de nós, coisas intangíveis, para além da nossa compreensão, para além da vã filosofia humana, que servem exatamente para nos fazer crer que existem também pessoas que entram em nossas vidas para sempre. Pode ser porque vocês conseguem se entender simplesmente com um olhar. Pode ser porque, por mais que passem anos sem se falar, a conversa é sempre retomada do ponto onde parou e é sempre a mesma alegria. Pode ser porque há um olho no olho que faz a gente vibrar. Pode ser porque há uma admiração imensurável por tantas qualidades geniais percebidas no outro. Pode ser porque haja uma empatia inata e instantânea. Pode ser por tudo isso e por tantas outras coisas. O fato é que a pessoa é.
É, não está. Estar é momentâneo, passageiro, temporário, efêmero. Ser, não. Ser é permanente, atemporal. O estar só quer ser o ser, mas não é. E eu tenho orgulho de ter tantas pessoas que são em minha vida.
Por isso, nem precisava dizer, porque coisas assim são irremediavelmente recíprocas, mas eu digo: estou aqui, neste perto-longe, torcendo por você, querendo muito seu bem, e desejando tudo que há de melhor neste mundo de deus me acuda. Pode contar comigo sempre (para tudo e para nada, para quando precisar de um papo cabeça ou para discutir apenas leviandades do dia-a-dia). Eu sei que você sabe (porque eu também sei), não é essa curva no caminho que vai nos desviar do rumo do lugar que a gente quer chegar. E seja lá onde for esse ponto final da estrada, eu sei que olharei para o lado e verei você!
quarta-feira, 14 de março de 2007
SOBRE A SAUDADE
Saudade é um troço muito estranho. Você ta lá, no trânsito, engarrafamento, buzina, aquela raiva daquele motorista meio lento na sua frente, raiva da segunda-feira, nem ta pensando em nada, e, de repente, não mais que de repente, vem aquela lembrança gostosa, aquele aperto no peito, um meio sorriso, uma quase lágrima...
É uma coisa que não se explica com precisão, porque ela se apresenta, às vezes, como nostalgia, leve, saudade do que foi e do que ainda nem foi. Outras vezes, ela vem acompanhada de uma dor, doloriiiiiida, que fica lá, latejando, latejando, latejando e não sai. Outras tantas, é só lembrança mesmo, momentos bons e histórias que não voltam mais, coisas-de-nós-dois cujos dois não existem mais, são um pra cada lado e cada qual com seus problemas. Às vezes, é uma vontade grande de estar de novo, de viver mais uma vez, só mais uma vez, de sentir o turbilhão...
O fato é que ela é a presença da ausência, é a percepção da falta, é a constatação do vazio. Saudade é esse negócio que tem me remexido o peito e feito eu pensar repetidamente que é necessário aproveitar cada “vão momento, e, em seu louvor, rir meu riso e derramar meu pranto”, por mais etéreo, volúvel, finito que seja qualquer coisa que me faça bem. A única certeza, a única cogniscível, é a de que tudo termina um dia. E quando terminar, eu quero qualquer das saudades ali de cima para lembrar e, pelo menos aqui, cá comigo, reviver...
É uma coisa que não se explica com precisão, porque ela se apresenta, às vezes, como nostalgia, leve, saudade do que foi e do que ainda nem foi. Outras vezes, ela vem acompanhada de uma dor, doloriiiiiida, que fica lá, latejando, latejando, latejando e não sai. Outras tantas, é só lembrança mesmo, momentos bons e histórias que não voltam mais, coisas-de-nós-dois cujos dois não existem mais, são um pra cada lado e cada qual com seus problemas. Às vezes, é uma vontade grande de estar de novo, de viver mais uma vez, só mais uma vez, de sentir o turbilhão...
O fato é que ela é a presença da ausência, é a percepção da falta, é a constatação do vazio. Saudade é esse negócio que tem me remexido o peito e feito eu pensar repetidamente que é necessário aproveitar cada “vão momento, e, em seu louvor, rir meu riso e derramar meu pranto”, por mais etéreo, volúvel, finito que seja qualquer coisa que me faça bem. A única certeza, a única cogniscível, é a de que tudo termina um dia. E quando terminar, eu quero qualquer das saudades ali de cima para lembrar e, pelo menos aqui, cá comigo, reviver...
segunda-feira, 5 de março de 2007
Eu apertaria o pause
Eu queria demais ter um controle remoto para poder utilizar na minha própria vida. Seria muito bom ter este poder na palma da mão... Naqueles momentos em que a gente acha que ele demora demais a passar, quando a gente tá na fila de alguma coisa, esperando alguém chegar, esperando alguém vir buscar, esperando o almoço sair ou até mesmo quando se quisesse pular momentos infelizes ou de dor, simples, aperta o fwd. A dor sumiria.
Poder voltar o tempo seria uma das coisas mais aprazíveis. Reviver o primeiro tudo, primeiro amor, primeiro beijo, primeiro namorado, primeira vez... Voltar as velhos bancos sucateados e desfrutar de companhias inesquecíveis e saudosas. Aproveitar, como se fossem a última, todas as festinhas do fim de semana e curtir carnavais para lá de marrakesh. Emocionar-se com os livros mais profundos (são tantos... A segunda leitura nunca rende a mesma emoção). Poder dormir a tarde toda (ou a noite toda). Mais colos, mais abraços apertados de estalar as costelas, mais olhares que dizem tudo, mais metafísica, mais uma vez destino, mais compreender o incompreensível, mais perdões, mais uma vez tudo o que foi inesquecível... Masi uma vez o surreal, o metafísico, o intangível, o incrível... Mais uma vez aquelas coisas todas que só aconteceram e só aconteceriam com você. Mais uma vez...
Contudo, naquele momento em que a vida se justifica, em que cremos que nascemos para vivê-lo, em que a alma é rendida, em que tudo mais é diminuído, em que a respiração fica suspensa e a coluna tensa, em que um turbilhão invade o peito e revoadas de borboletas surgem na barriga... Neste momento, sublime, único, mnemônico, eu apertaria o pause.
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